terça-feira, 13 de dezembro de 2016


A HISTÓRIA DA MINHA VIDA

“Começando esta história triste, eu queria dizer que nunca deixe de amar quem te ama de verdade”.


*Cintia Maciel Pereira
12 anos, cursa o fundamental 
Colégio Delmiro de Miranda Brito
Canindé de São Francisco - Sergipe.


Há muito tempo, o meu pai fez uma casa para morar toda a nossa família, ou seja, ele mesmo, meu pai, minha mãe, meu irmão e eu.

Eu ia para a escola e ao voltar sempre trazia uma ou mais notícias boas. Certo dia, numa prova de ciências, quando recebi o resultado, eu percebi que havia tirado nota 10 (dez). Fiquei tão feliz, corri para casa, queria mostrar ao meu pai, ele também ficou muito feliz, tão feliz, que até prometeu que se eu passasse de ano, ganharia uma bicicleta, porque era esse o presente que eu havia pedido a ele.

Eu passei. E, no dia que ele saiu de casa para receber um dinheiro na Agrovila e comprar a minha bicicleta, pouco demorou, voltou logo e, quando chegou em casa, a minha mãe pensou até que ele tinha bebido. Mas, não. Na verdade ele estava passando mal, muito fraco, deitou no sofá e começou a vomitar e todos nós ficamos desesperados.

Corri para chamar minha madrinha e ela não veio porque pensou que era brincadeira e por isso não veio nos ajudar. Minha mãe pediu que o vizinho chamasse a ambulância, mas como ela também não veio nos socorrer foi o próprio vizinho quem levou o meu pai para o hospital, no seu carro. Minha mãe também foi junto. A lembrança que tenho, é dele muito cansado, deitado no colo da minha mãe.

Quando chegou ao Hospital, meu pai já estava quase sem ar e foi preciso ser colocado no balão de oxigênio.

Meu pai estava muito mal e pediu a minha madrinha antes de falecer, para ela cuidar da minha mãe, do meu irmão e de mim.

Minha mãe veio em casa buscar os documentos dele, foi então que recebi a triste noticia da sua morte.

Minha madrinha e eu choramos muito, enquanto isso meu pai já estava sendo encaminhado ao IML - Instituto Médico Legal.

Na ocasião, minha madrinha me deu um remédio pra dormir, mas ao invés de dormir fiquei muito tonta, num primeiro momento, mas, depois acabei dormindo por um tempo e, embora ainda tonta e cansada, acordei quando o pessoal da funerária já estava preparando o velório. O corpo do meu pai chegou bem depois. Eu fiquei muito triste e sem falar nada.

Meu sonho ainda é ganhar uma bicicleta, mas depois que meu pai partiu, eu não tenho muita felicidade e, além do mais, minha madrinha a quem meu pai pediu que cuidasse de todos nós, tornou-se uma pessoa bastante arrogante e eu gostaria que ela voltasse a ser a pessoa boa que era antes.

Hoje eu tenho um padrasto, que até me prometeu dar uma bicicleta, mas eu queria mesmo era ganhar essa bicicleta do meu pai.

Depois que o meu pai faleceu, a minha vida não é mais a mesma. Eu vivo triste até hoje.

A saudade é muito grande. Eu amava muito o meu querido pai e que Deus o tenha em um bom lugar.

Por isso, devemos dar valor às pessoas que amamos enquanto elas estão vivas, porque depois que as perdemos não podemos fazer mais nada. O valor existirá apenas nos nossos corações, mas nunca será a mesma coisa de tê-las juntinho de nós!

Todas as manhãs os pais vão trabalhar e os filhos vão estudar...




Cintia Maciel recebendo a bicicleta, doação da Loja Maçônica Cotinguiba.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

 FUI E VI 
          
(Paulo Monteiro Pimpão – membro correspondente da Academia Sergipana de Letras). 

 Na tarde de 4 de dezembro, percorri não sei quantos quilômetros, de Aracaju a São Miguel do Aleixo. Uma viagem por dentro de Sergipe, uma viagem por dentro de mim mesmo. Vi a paisagem multiforme, ora eriçada em elevações, ora descortinada em vales de placidez e conforto. No ocre da paisagem, as plantações de palma recuperam, no fundo do olhar, a memória do verde que sempre virá. Em São Miguel do Aleixo, no começo da noite cálida, no Clube Municipal, uma legião de mulheres e homens vestidos de negro repartiam a esmeralda retida no peito. Era o segundo aniversário da ACADEMIA DE LETRAS DO AMPLO SERTÃO SERGIPANO. Dentre eles, a figura de Domingos Pascoal, de cabelos esvoaçantes, lembrou – me um velho motociclista saído de um filme, percorrendo ínvios caminhos, para alcançar o lugar onde nasce o arco-íris.  O professor Vasko, denodado cearense de Santana do Acaraú, homem de grande energia e saber, que veio plantar civilização em terras de Sergipe Del Rey. Li o seu Hino da ALAS, perfeita tradução de sua crença. Encontrei – me com Bezerra Lima, sobraçando o seu LAMPIÃO, a raposa das caatingas, obra definitiva do tema do cangaço, pesquisa pertinaz e pertinente da saga virgulínica, codificada na linguagem concisa e fluente dos grandes jornalistas. Um Homero nos confins do Brasil, diante da Troia nordestina, sitiada de carências e injustiças. Abracei Antônio Saracura, figura sacerdotal que traz nas mãos um Breviário: a obra mais viva do memorialismo sertanejo, distribuída em livros de indiscutível bom gosto, forjados na oficina de um magnífico contador de “causos” e histórias das gentes desses pagos. Para quem acha que nosso povo não gosta de filosofia, arte, música clássica, o professor Edivan Santos vem com o seu livro REFLEXÕES, em que o jovem filósofo desmistifica a linguagem sofisticada típica desses gêneros e a converte numa comunicação mais palatável e acessível a todos. Nossos caboclos logo mais estarão ouvindo Chopin e bebendo chopinho, sorvendo Nietzsche com cachaça, recitando Ferreira Gullar e debatendo o Existencialismo de Sartre. Meus louvores, professor – filósofo! O homem que pensa é uma dádiva. É como o pão compartilhado na mesa dos convivas! Nesse belo sertão, geográfico e metafísico, cruzam – se os destinos de homens e mulheres: uns arrancando da terra o milho, o feijão e a mandioca – sustento da vida; outros cultivando a palavra e construindo literatura – suplemento de existência. Acadêmicos e neoacadêmicos da ALAS, vocês quebraram a concepção e o formato das academias e arcádias convencionais, geralmente elitistas e congregadoras de vaidades inúteis e inoperantes.  Vocês não são acadêmicos de poltronas fofas e de sedes suntuosas. São artesãos itinerantes que se ocupam em tecer a luz cujos raios vão tocando os que despertam.  Nas palavras do poeta de A Educação pela Pedra, emerge a consciência que marca a alma e a trajetória de vocês:  

“Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos.  De um que apanhe esse grito que ele  e o lance a outro; de um outro galo  que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos  que com muitos outros galos se cruzem  os fios de sol de seus gritos de galo,  para que a manhã, desde uma teia tênue,  se vá tecendo, entre todos os galos”.  

Salvador, 6 de dezembro de 2016




membros alas aparecido

José Aparecido Santana da Silva é graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Na área acadêmica teve a oportunidade de publicar ao lado de Isabela Alves e José Leidivaldo o livro Nossa Senhora Aparecida-SE: História, Fé e Identidade, uma obra de 148 páginas, divididas em 15 capítulos. O livro foi lançado em Nossa Senhora Aparecida e na Bienal do Livro de Itabaiana. Aparecido trabalha como redator do Portal Itnet e já trabalhou em diversas rádios do estado como FM Itabaiana, Educadora de Frei Paulo e Sertaneja FM.


membros alas uberlange
Uberlange da Silva Barreto, graduado em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), é Bacharel em Direito pela Universidade Tiradentes UNIT e Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Autônoma Del Sul, UNASUR. É, ainda, professor da rede pública de ensino e atualmente Diretor do Colégio João Salônio, em Nossa Senhora Aparecida.
membros alas vava

Rivaldo Alves de Góis (Poeta Vavá), participou da seleta I Encontro Sertanejo de Escritores, tem textos citados no livro Cinform municípios, bem como em outros. Concedeu entrevistas aos mais conceituados canais de televisão do Estado. Tem curso de rádio e televisão pelo Instituto Universal, tem um livro no prelo, a ser lançado em 2017. Há um colégio modelo construído na cidade em homenagem ao seu pai, Joaquim Alves de Góis.

membros alas noeme

Noeme Leite do Nascimento Oliveira é formada em letras-português / especialização em gestão escolar. Professora há quase 20 anos. Foi professora tutora da UNIT-EAD por 6 anos, exercendo o cargo de diretora da Escola Municipal Dr Lourival Baptista, instituição em que leciona, até hoje. Amante da Literatura, a arte da palavra.
membros alas paulo


Paulo Adriano Santos Silva é Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe, com bolsa CAPES-FAPITEC; Secretário de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Graccho Cardoso; Presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Graccho Cardoso. Atualmente pesquisa sobre Geografia Agrária, políticas públicas para a agricultura e agronegócio.

membros alas rubens

Rubens Ferreira, natural de Diadema (SP), graduando em Design Bacharelado com habilitação em Design Gráfico, pela Universidade Federal de Sergipe (UFS); fundou em Nossa Senhora da Glória o primeiro escritório de Design do Alto Sertão, a Lumia Design, que, ao longo dos seus 3 anos, mantém parceria com várias academias no Estado e ajudou na publicação de aproximadamente 40 obras de escritores sergipanos.



SEM FOTO:

Pe. Genivaldo Garcia
José Genivaldo Garcia é formado é licenciado em Filosofia pela faculdade São Luis de França e Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica de Anápolis/GO e possui pós-graduação em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Ciências da Religião.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ACADEMIA EM AÇÃO
Hoje, 06/12/2016 foi um dia pra ficar na história da Academia Dorense de Letras. Dia em que Dom João, Arcebispo de Aracaju, Padre Nilton Cesar, da Paróquia de Nossa Senhora das Dores e o Diácono José Almeida Lima visitaram a sede da Academia. Foram recebidos por um grupo de Acadêmicos, o presidente João Paulo e, também, por representantes do Projeto Memória Acadêmico Patati Pererê, e da ONG Cultivar, Acadêmica Delucia Sobral.
 Arcebispo Dom João Academiaca Salete e Padre Nilton Cesar, pároco de Nossa senhora das Dores
 João Paulo, Presidente da Academia Dorense de Letras e o Arcebispo Dom João
 Dom João, Arcebispo de Aracaju, Domingos Pascoal e Padre Nilton Cesar, Páraco de N. S. das Dores
 Arcebispo dom João, Acadêmica Gicelma e Padre Nilton Cesar
Acadêmica Delucia Sobral, Ong. Cultivar e Dom João Arcebispo de Aracaju.

domingo, 4 de dezembro de 2016

História de Almir do Picolé é contada em livro de cordel



A história de Almir do Picolé, contada por um dos nossos escritores sergipano, que sabe o valor que tem o ser humano oriundo da pobreza rude e muitas vezes cruel, mas que sabem viver olhando e amparando os seus iguais com caráter e dignidade. 
A obra de Euvaldo, é uma demonstração de carinho e magnanimidade transportada para o mundo literário, poético e lúdico do CORDEL. Euvaldo Lima, com seu olhar transcendente e inquiridor, buscou retratar a vida e a obra desse servo do Senhor, que incansavelmente proporciona o lenitivo e o abrigo a dezenas de crianças pobres que muitas vezes não teto que possa servir de abrigo ou órfãos necessitados de amparo. 
É na creche de Almir, que muitos sergipanos tentam se espelhar e mais ainda, vivenciar o lado humanitário que cada um tem e que não puderam colocar em prática. Outros, tentam participar colaborando na tentativa de treinar o lado positivo que se encontra dormente, doando um pouco de seu tempo e tentando ao mesmo tempo extirpar o lado egoísta que ainda temos, mas, com certeza será um dia banido do nosso eu interior definitivamente.
Parabéns Euvaldo por essa obra. Parabéns Almir do Picolé por seu trabalho humanitário.

Por: José Barros dos Anjos.                                                                                                       No dia 4 d...