A HISTÓRIA DA MINHA VIDA

“Começando esta história triste, eu queria dizer que nunca deixe de amar quem te ama de verdade”.


*Cintia Maciel Pereira
12 anos, cursa o fundamental 
Colégio Delmiro de Miranda Brito
Canindé de São Francisco - Sergipe.


Há muito tempo, o meu pai fez uma casa para morar toda a nossa família, ou seja, ele mesmo, meu pai, minha mãe, meu irmão e eu.

Eu ia para a escola e ao voltar sempre trazia uma ou mais notícias boas. Certo dia, numa prova de ciências, quando recebi o resultado, eu percebi que havia tirado nota 10 (dez). Fiquei tão feliz, corri para casa, queria mostrar ao meu pai, ele também ficou muito feliz, tão feliz, que até prometeu que se eu passasse de ano, ganharia uma bicicleta, porque era esse o presente que eu havia pedido a ele.

Eu passei. E, no dia que ele saiu de casa para receber um dinheiro na Agrovila e comprar a minha bicicleta, pouco demorou, voltou logo e, quando chegou em casa, a minha mãe pensou até que ele tinha bebido. Mas, não. Na verdade ele estava passando mal, muito fraco, deitou no sofá e começou a vomitar e todos nós ficamos desesperados.

Corri para chamar minha madrinha e ela não veio porque pensou que era brincadeira e por isso não veio nos ajudar. Minha mãe pediu que o vizinho chamasse a ambulância, mas como ela também não veio nos socorrer foi o próprio vizinho quem levou o meu pai para o hospital, no seu carro. Minha mãe também foi junto. A lembrança que tenho, é dele muito cansado, deitado no colo da minha mãe.

Quando chegou ao Hospital, meu pai já estava quase sem ar e foi preciso ser colocado no balão de oxigênio.

Meu pai estava muito mal e pediu a minha madrinha antes de falecer, para ela cuidar da minha mãe, do meu irmão e de mim.

Minha mãe veio em casa buscar os documentos dele, foi então que recebi a triste noticia da sua morte.

Minha madrinha e eu choramos muito, enquanto isso meu pai já estava sendo encaminhado ao IML - Instituto Médico Legal.

Na ocasião, minha madrinha me deu um remédio pra dormir, mas ao invés de dormir fiquei muito tonta, num primeiro momento, mas, depois acabei dormindo por um tempo e, embora ainda tonta e cansada, acordei quando o pessoal da funerária já estava preparando o velório. O corpo do meu pai chegou bem depois. Eu fiquei muito triste e sem falar nada.

Meu sonho ainda é ganhar uma bicicleta, mas depois que meu pai partiu, eu não tenho muita felicidade e, além do mais, minha madrinha a quem meu pai pediu que cuidasse de todos nós, tornou-se uma pessoa bastante arrogante e eu gostaria que ela voltasse a ser a pessoa boa que era antes.

Hoje eu tenho um padrasto, que até me prometeu dar uma bicicleta, mas eu queria mesmo era ganhar essa bicicleta do meu pai.

Depois que o meu pai faleceu, a minha vida não é mais a mesma. Eu vivo triste até hoje.

A saudade é muito grande. Eu amava muito o meu querido pai e que Deus o tenha em um bom lugar.

Por isso, devemos dar valor às pessoas que amamos enquanto elas estão vivas, porque depois que as perdemos não podemos fazer mais nada. O valor existirá apenas nos nossos corações, mas nunca será a mesma coisa de tê-las juntinho de nós!

Todas as manhãs os pais vão trabalhar e os filhos vão estudar...




Cintia Maciel recebendo a bicicleta, doação da Loja Maçônica Cotinguiba.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Academia Sergipana de Letras e Academia Sergipana de Medicina

ACADEMIAS LITERARIAS: AS FACES DO INTERCÂMBIO CULTURAL