quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

CERIMONIA DE INSTALAÇÃO DA ACADEMIA DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES DE MALHADOR - ALCAM 21/12/2024


CERIMONIA DE INSTALAÇÃO 

DA

ACADEMIA DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES DE MALHADOR

ALCAM

21/12/2024





*Por Jilberto Rodrigues de Oliveira


Ocorreu na tarde de sábado, 21 de dezembro de 2024, às 16h30, no salão de eventos da Igreja Matriz de São José, em Malhador, Sergipe, a Solenidade de Instalação e Posse dos Membros Fundadores da ALCAM/SE – Academia de Letras, Ciências e Artes de Malhador. O Silogeu foi presidido pelo Ilustre Confrade Domingos Pascoal de Melo, representante do Doutor Anderson Nascimento, presidente da Academia Sergipana de Letras. 

Abertos os trabalhos da solenidade, formou-se o dispositivo e foi nomeada uma comissão, composta por Lucas Lamonier (AGL) e Isys Lorrany (ASAS), que teve como objetivo conduzir os novos acadêmicos à frente da mesa a fim de que pudessem ser empossados. A trilha sonora executada nesse momento, via mídia, foi a canção “Oh, Happy Day” cuja autoria é de Edwin Hawkins e cantada pelo Coral Black To Black. A seguir, deu-se entrada às Bandeira do Brasil, de Sergipe e de Malhador e, em ato contínuo, foi executado o Hino Nacional Brasileiro pela Filarmônica Jacinto de Figueiredo, sob a regência do maestro Beethovem Sales de Assis, sendo que a letra do nosso Hino foi cantada pela cantora solista lírica Luzia Cláudia de Jesus e acompanhado por todo o público presente. Feito isso, Domingos Pascoal, o Presidente da Mesa, pronunciou o Ato de Instalação e, após a fala dele, a confreira Maria Rosilene Andrade foi convidada a postar-se à frente dos confrades e confreiras noveis a fim de pronunciar o Juramento Acadêmico.    

No ato seguinte, Domingos Pascoal fez o Pronunciamento Protocolar. Terminado esse momento, deu posse ao professor e escritor Jilberto Rodrigues de Oliveira, na Cadeira n° 01, como Primeiro Presidente da ALCAM. Uma vez empossado, o novo presidente assumiu os trabalhos, empossando os demais membros fundadores da arcádia literária malhadorense, os quais são citados a seguir. 

Na Cadeira n° 02, foi empossada a Ativista Cultural Luzia Cláudia Souza de Jesus; na Cadeira n° 03, a professora e museóloga Gedma Maria dos Santos; na Cadeira n° 04, a Médica Thaynara Santos de Oliveira; na Cadeira n° 05, o Professor Doutor em Física Camilo Bruno Ramos de Jesus; na Cadeira n° 06, o Pedagogo e Empresário Andeson Tavares; Na Cadeira n° 07, o também Pedagogo Elias Marciel Soares; na Cadeira n° 08, a Professora e Jornalista Ivalda Maria de Jesus; na Cadeira n° 09, o Historiador e Cabo da PM Adelmo Fernando Barreto; Na Cadeira n° 10, o Professor e Biólogo Allan Teles de Lima; na Cadeira n° 11, o Físico e Artista Plástico Sandro Wagny Souza Santos; na Cadeira n° 12, o Professor com Pós-Doutoramento Ronaldo Nunes Linhares; na Cadeira n° 13, o Professor e Físico Jorge Luiz da Silva Filho; na Cadeira n° 14, o Professor José Alvino de Almeida; na Cadeira n° 15, a Professora e Mestra Arlene Ercília de Jesus Invenção; na Cadeira de n° 16, o Professor e Advogado José Barros dos Anjos; na Cadeira n° 17, o Professor e Químico Alisson de Oliveira Macena e, por último, na Cadeira n° 18, a Professora Pedagoga Maria Rosilene Andrade. 

À solenidade, compareceram cidadãs e cidadãos locais e de outros municípios sergipanos. Dentre as personalidades e autoridades políticas, marcaram presenças o Sr. Francisco de Araújo Júnior, Assisinho, Prefeito de Malhador e o Sr. Floro Alves de Araújo Júnior, Vice-prefeito. A Câmara Municipal foi representada pelos vereadores Sr. Antônio Luiz dos Santos e a Srª Geane Vieira Mendonça. Representando as entidades religiosas, estavam presentes o pároco local, Pe. Adeilson Almeida de Jesus, e o Sr. Elon Torres Lemos, Pastor da Primeira Igreja Batista de Malhador. A Companhia de Saneamento de Sergipe, DESO, foi representada pelo Sr. Manoel Ciro Vieira de Souza. Engrossando a lista de outras ilustres personalidades, fizeram-se presentes ao evento as seguintes pessoas: Arthur Ferreira Santos, Secretário Municipal da Comunicação; Maria Altair dos Santos, Diretora do Departamento de Pessoal; Amanda Pereira de Jesus, Secretária Municipal da Saúde; Thayná Souza dos Santos Costa, Secretária Municipal da Educação; Maria Alves Bispo Vieira, Diretora da EM Clotildes de Jesus Silva e Maria Valdelice da Silva Menezes, Diretora da EM José Joaquim Pacheco. 

No Silogeu que foi presidido pelo Ilustre Confrade Domingos Pascoal de Melo, também marcaram presenças outros distintos confrades e confreiras das demais academias coirmãs do estado. Dentre esses, citam-se Cris Souza, Presidenta da Academia Municipalista de Sergipe; Jodoval Luiz dos Santos, Presidente da ARLA; Âmila Bethoven, representante da Academia de Letras de Maruim; Carlos Alexandre Aragão, representante da Academia de Letras de Aquidabã; Lucas Lamonier, representante da Academia Gloriense de Letras; Carlos Oliveira Nascimento, membro do Movimento Via Láctea de Nossa Senhora da Glória; Salete Nascimento, representante da Academia de Letras de Nossa Senhora das Dores; Hélio de Souza Oliveira, representante da Academia Cristinapolitana de Letras; Antônio Saracura e José Almeida Bispo, representantes da Academia Itabaianense de Letras; Maria Valdete dos Santos, representando a AJLA; Edilma Rainha, presidenta da Academia de Letras de Areia Branca; Isys Lorrany, representante da ASAS; Wesley Azevedo Costa, representante da ALAM; José Ginaldo de Jesus, Presidente da Academia de Letras de Estância e Cleverton Santos Figueiredo, representante da Academia de Letras Estudantil de Sergipe. Também, incluindo-se aos que se encontravam presentes, mencionam-se Edivânia Silva Santos, Aracaju; Maria Valdete dos Santos, Japoatã e Elenilde Silva Santos, Areia Branca. 

A parte cultural do evento solene ficou sob o encargo da Banda Filarmônica Jacinto de Figueiredo, sob a regência do maestro Beethovem Sales de Assis. A referida Filarmônica executou músicas clássicas, trilhas sonoras de filmes e peças musicais de autores brasileiros.   

Durante a Sessão Solene, foram condecorados cidadãos e cidadãs que colaboraram direta ou indiretamente para que o evento acontecesse. Dentre esses receberam Certificados: Pe. Adeilson Almeida de Jesus, pároco da Igreja Matriz de São José; Anna Lúcia Menezes de Araújo, estudante de Pré-Vestibular; Anne Mirella da Silva, aluna da EM José Joaquim Pachêco; Antônio Luiz dos Santos, vereador do Povoado Alecrim; Carlos Oliveira Nascimento, Ativista Cultural; Cláudia Cristiane dos Santos, professora da Rede Municipal de Malhador; Domingos Pascoal de Melo, representante da ASL; Haidê Machado Lima, estilista responsável pela criação do casaco acadêmico da ALCAM; Jilberto Rodrigues de Oliveira, presidente da ALCAM; Júlia Maria Vieira dos Santos, aluna do CE José Joaquim Cardoso; Luzia Cláudia Souza de Jesus, Ativista Cultural; Sr. Manoel Ciro Vieira de Souza, representante da Deso – Companhia de Saneamento de Sergipe/Gerência de Produção e Distribuição Centro Oeste; Marília Santos Oliveira, professora da Educação Básica; Thayná dos Santos Siqueira, aluna do CE José Joaquim Cardoso e Victória Andrade dos Santos, aluna Universitária.  

Com duração de quase três horas, o evento se encerrou com um discurso de agradecimento, feito pelo presidente empossado Jilberto Rodrigues de Oliveira. A seguir, sob uma trilha sonora ao fundo, em que eram executadas As Quatro Estações de Vivaldi e Afrikaan Beat, Canção de Bert Kaempfert, acadêmicos e os convidados juntaram-se para tirar fotografias, sob a direção de César Vinícius Mercena dos Anjos, fotógrafo exclusivo para o evento. Nesses registros fotográficos, houve a foto oficial e outras inúmeras tiradas com as confreiras e confrades. 

E, dessa forma, nascia na tarde daquele sábado, conforme leu a Médica Thaynara Santos de Oliveira, Mestra de Cerimônias, em seu discurso de abertura, situando o espaço temporal em “primeiro dia do verão de 2024, Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, data em que se comemorou, embora com atraso, o Primeiro Centenário de Ariosvaldo Figueiredo, ilustre sergipano nascido em Malhador, Ano em que se comemorou os 200 anos da nossa Primeira Constituição de 1824, Ano em que se realizou a décima edição do Festival Rock in Rio e, Ano em que pela primeira vez, comemorou-se o Dia da Consciência Negra em âmbito Nacional como feriado”, a ALCAM/SE. Arcádia literária que nasceu forte, sob boas perspectivas, haja vista que no dia da sua Instalação foi lançada uma Antologia cujo título é Ariosvaldo Figueiredo, Patrono Maior dessa nova confraria das Letras, das Ciências e das Artes de Malhador, de Sergipe e do Brasil.  

 

 

Jilberto Rodrigues de Oliveira é Membro Titular Fundador da ALCAM/SE, eleito Primeiro Presidente e Empossado no dia 21/12/24; é membro da AMS; é membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni – MG; é professor e escritor e autor das seguintes obras publicadas: Trilhas do Cipoal (2021); Esquina do Arco-íris (2022); Vereda das Flores e Outras Crônicas (2022) e Vitrine das Máscaras (2023).    

 

 

 

  

 

domingo, 22 de dezembro de 2024

EXECUÇÃO DE PE. MORORÓ OCORREU HÁ 183 ANOS

 

 

Filho ilustre do município de Groaíras, Padre Mororó foi um dos mártires da Confederação do Equador

 

 

Há 183 anos morria Gonçalo Ignácio Loiola Albuquerque e Mello, que se consagrou na história do Brasil como Padre Mororó, um dos expoentes do movimento político que ficou conhecido como a Confederação do Equador. Padre Mororó foi morto a tiros de arcabuz no dia 30 de abril de 1825, numa execução ocorrida no Passeio Público, em Fortaleza, após ter sido preso e acusado de praticar três crimes: Proclamação da República de Quixeramobim; secretariar o governo revolucionário de Tristão Gonçalves e redigido o “Diário do Governo”, o primeiro jornal do Estado do Ceará.


A condenação determinava o seu enforcamento, porém, por não haver quem quisesse servir de algoz, a pena foi comutada para fuzilamento, ou melhor, tiros de arcabuz, uma antiga arma de fogo portátil, espécie de bacamarte. A crônica de Viriato Correia descreve com perfeição os últimos minutos de Padre Mororó: “Naquele dia 30 de abril de 1825 havia em Fortaleza um grande rumor de multidão emocionada. Ia ser executado pelas tropas imperiais o Padre Mororó. Na praça em que vai haver a execução, a multidão é tanta que, a custo, as tropas conseguem abrir passagem. Mororó é colocado na coluna da morte. Um soldado traz a venda para lhe por nos olhos. ´Não´, responde ele, ´eu quero ver como isto é´. Vem outro soldado para colocar-lhe sobre o coração a pequena roda de papel vermelho que vai servir de alvo. Detém a mão do soldado: ´Não é necessário. Eu farei o alvo´. E, cruzando as duas mãos sobre o peito, grita arrogantemente para os praças: ´Camaradas, o alvo é este´. E num tom de riso, como se aquilo fosse brincadeira, diz: ´e vejam lá! Tiro certeiro que não me deixem sofrer muito´”.

Segue Viriato, em seu relato: “Houve na multidão um instante cruel de ansiedade... A descarga estrondou. O Padre Mororó tombou sem vida. A seus pés tinham caído três dedos da mão que as balas deceparam”.

O seu nome, como de muitos outros mártires brasileiros, encontra-se na gaveta empoeirada do esquecimento, inclusive na sua cidade natal, Groaíras, pouca atenção tem sido dispensada àquele que foi seu filho mais ilustre. Nas décadas de 60 e 70, o então prefeito Cezário Feijó de Melo, um de seus descendentes, colocou o seu nome numa rua e numa praça. Na década de 80, quando governava o município Joaquim Guimarães Neto, foi feita a divisão da cidade em bairros, o local onde ele nasceu, conhecido como Mato Grosso, passou a chamar-se bairro Padre Mororó, porém pouca gente hoje tem conhecimento disso e, por tal razão, continua a ser conhecido pela antiga denominação.

 

FALTA DE ATENÇÃO

Naquela mesma década, por sugestão de um grupo de groairenses que criou a Associação dos filhos de Groaíras residentes em Fortaleza, e por influência do desembargador José Maria Melo, foi construído um memorial: prédio moderno, bonito, porém abandonado, infelizmente.

Esta falta de atenção já foi percebida em 1975, pelo ilustre historiador sobralense, padre João Mendes Lira, que assim se manifestou: “O Padre Mororó foi tão elevado em seus ideais cívicos, religiosos e sociais quanto o General Sampaio. Por que, então, não deixar em Groaíras uma lembrança que perpetue a bravura, o destemor, o heroísmo de um homem que soube dar sua vida pelos nobres ideais que professava?”. Embora padre Lira não tenha dito expressamente, ao citar a cidade de General Sampaio, outro grande cearense, nascido na localidade que hoje tem o seu nome como homenagem, quis o ilustre professor sugerir a mudança do nome de Groaíras para “Padre Mororó”, ideia com a qual concordo e aproveito para conclamar os groairenses a apoiá-la.

 

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

Religioso destacou-se na luta republicana

 

Fortaleza. Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque Melo foi o nome de batismo de Padre Mororó, que nasceu no dia 24 de julho de 1778, no Riacho dos Guimarães, atual Groaíras. Ele iniciou os estudos no Interior do Ceará. Ainda moço foi mandado para o Seminário de Olinda, onde se ordenou. Como padre, foi capelão nas Vilas de Boa-Viagem, Tamboril e Quixeramobim.

Ele foi professor de língua latina em Aracati e jornalista, redator do primeiro jornal do Ceará — lançado em 1º de abril de 1824. Foi também político e secretário do governo revolucionário de Tristão Gonçalves, quando teve participação ativa no movimento da Confederação do Equador.

Pe. Mororó destacou-se como idealizador e signatário da histórica sessão de 9 de janeiro de 1824 da Câmara de Quixeramobim. Neste dia, reunidos clero, nobreza e o povo, proclamou-se a primeira República do Brasil, rompendo assim com a monarquia absolutista de D. Pedro I.

O motivo daquela histórica sessão foi a grande traição cometida pelo imperador, que dissolveu, em novembro de 1823, a Assembleia Geral Legislativa e Constituinte que ele mesmo houvera instalado para escrever a primeira Constituição do Brasil, em maio do ano de 1823. Tudo isso aconteceu em 1824, 65 anos antes da Proclamação da República, em 1889, sete meses antes da Confederação do Equador, iniciada em 26 de agosto de 1824.

 

MOVIMENTO AUTONOMISTA

A Confederação do Equador, o mais significativo movimento autonomista e republicano acontecido no Brasil, no início do século XIX, foi causado pelo descontentamento que a dissolução da Assembleia Constituinte de 1823, e a outorga da Constituição de 1824, por D. Pedro I. Isto provocou, no Nordeste, uma insatisfação geral.

Pernambuco foi o centro irradiador deste descontentamento. No entanto, no Ceará, ao receber a notícia, vinda pelas mãos do diácono José Martiniano de Alencar, que à época estudava no seminário de Olinda, a Câmara da Vila de Campo Maior de Quixeramobim, numa memorável e heróica sessão, acontecida no dia 9 de janeiro de 1824, proclamou a primeira República do Brasil, quebrando, então, todos os laços que havia com a realeza, acusando, inclusive, o imperador de traidor da Pátria e declarando-o e toda a sua descendência decaídos dos direitos ao trono.

Determinou também que de imediato se organizasse um governo republicano para, o quanto antes, substituir o Governo Provisório existente na capital e que ainda fora nomeado pelo usurpador deposto. Essa histórica sessão deu início ao movimento libertário que tantos sacrifícios custaram aos nossos conterrâneos.

 

HEROICO MOVIMENTO

Comandadas pelo groairense Padre Mororó — que, além de liderar, participar e subscrever aquela memorável ata, determinou que fossem enviadas deputações a outras vilas para comunicar e conseguir adesão, como de fato sucedeu —, as Câmaras das Vilas de Icó, Aracati e São Bernardo das Éguas Russas aderiram de imediato à causa, reproduzindo e fortalecendo o movimento que daí se espalhou por toda a província do Nordeste.

O heroico movimento teve figuras ilustres dos cratense Bárbara de Alencar e seus filhos, José Martiniano e Tristão Gonçalves; do groairense Mororó; do sergipano, de Santo Amaro da Grotas, Pereira Filgueiras, e tantos outros heróicos e valentes conterrâneos. Todos escondidos por trás de alcunhas como Alecrim, Anta, Araripe, Aroeira, Baraúna, Beija-flor, Bolão, Carapinima, Crueira, Ibiapina, Jaguaribe, Jucás, Manjericão, Mororó, Sucupiras, Oiticica. E, mesmo cientes de que a luta poderia lhes trazer sérias consequências, foram adiante. De fato, muitos pagaram com a vida.

 

Domingos Pascoal

Publicado no Diário do Nordeste, no dia 03 de maio de 2008

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/execucao-de-pe-mororo-ocorreu-ha-183-anos-1.729976. 

 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

ROTEIRO PARA A CRIAÇÃO DE UMA ACADEMIA LITERÁRIA





ROTEIRO PARA A CRIAÇÃO DE UMA ACADEMIA LITERÁRIA 




 “Pense grande, comece pequeno 
e nunca pare de crescer”. 






Por que criar uma academia literária no seu município? 

A ideia é a de que haja, a partir da criação de uma Arcádia Literária em determinada localidade, um melhor cuidado com os valores culturais, preservação dos costumes, do patrimônio intelectual e literário, desenvolvimento da língua e da linguagem regional e nacional, objetivando o estudo da história, o resgate das memórias e o estímulo a que se pesquise mais, leia-se mais e, pesquisando e lendo mais, produza-se mais literatura, escrevendo mais e publicando mais também. 

Nas sábias palavras do professor Jorge Henrique Vieira, um dos fundadores da primeira Academia municipalista no Estado de Sergipe, a AGL – Academia Gloriense de Letras, quando afirmou com muita propriedade que ‘toda Academia Literária, quer seja antiga ou nova, tem que ser mediadora do pensamento e do conhecimento junto às escolas, professores, alunos, pais, família e sociedade’. 

As Academias promovem o saber, dignificam a vida, cultivam as boas práticas, enobrecem e dão orgulho a quem participa, e enriquecem as relações sociais. 

Alguém já disse, não consegui identificar quem, que: “as Academias Literárias estão para os escritores como a chuva está para a terra. O escritor planta e a Academia de Letras faz com que essa semente se consolide, fortaleça-se e se multiplique, espalhando o pensamento e o conhecimento estabelecido pelo autor em gerações posteriores, atingindo assim a imortalidade no proposto pelo escritor”. 

Se você está interessado em construir e permanecer numa grande obra, considerada tão grande quanto a construção de uma “Catedral” na Idade Média, posto que os construtores de catedrais daquela época sabiam muito bem quando eram iniciadas as construções, porém raramente viviam o suficiente para ver a obra pronta, esteja certo de que de igual sorte são aqueles que se aventuram a instituir uma Academia Literária, fatalmente não viverão para ultrapassá-la. É por isso que acontece a imortalidade acadêmica.

Aqui, algumas recomendações de como fazer para a edificação de uma Academia Literária, a partir da grande ideia de fazer sempre um pouco mais do que aquilo que a normose determina. Outras formas certamente existirão, usem-nas se tiverem conhecimento delas e forem mais eficientes que estas que relacionarei daqui em diante: 

I - FORMAR UM GRUPO 

Reunir, em torno da ideia, pessoas de boa vontade que, verdadeiramente, queiram e se disponham a trabalhar em prol da construção de uma instituição forte, atuante e que tenha foco no desenvolvimento, seu e do outro. 

Este primeiro passo, formar o grupo, pode ser feito por convite – verbal, virtual e pessoal – dos primeiros interessados. 

A quantidade ideal de pessoas deste primeiro grupo é que seja superior a doze pessoas. Porém já foram formadas grandes Academias que começaram com apenas cinco. Delimitei em doze por conta da administração que envolve cinco pessoas e remanescem os outros para dar suporte e apoio. 

II - EDITAL E CONVITE 

Grupo formado, publica-se um edital convidando a quem mais queira se somar à ideia e começar a participar. 

Decorrido o prazo estipulado no edital, com ou sem novos inscritos, marcar a 1ª reunião do grupo, com notificação pessoal e convite à participação, com dia e hora marcados. 

III - PRIMEIRA REUNIÃO 

Para a primeira reunião do grupo, o ideal é que seja convidada uma pessoa que detenha algum conhecimento para orientar melhor, esclarecer e tirar dúvidas. 

O objetivo maior da primeira reunião é o esclarecimento dado pela pessoa mais experimentada que vier para falar sobre o sistema acadêmico e o que representa, facilitar os passos a seguir e escolher quem comandará o grupo até a criação da entidade. 

IV - EXECUTIVA OU GRUPO GESTOR 

A escolha da “EXECUTIVA” ou “GRUPO GESTOR” que administrará a construção da ideia a partir de então até a fundação da Academia e escolha de sua diretoria. 

Essa executiva, que passará a dirigir as ações do grupo, deverá ser formada por: presidente, vice-presidente, secretário, tesoureiro e um assessor de comunicação. 

- Presidente e Vice representam o grupo, expedem documentos, provocam as ações e constroem as possibilidades. 

- Secretário anota tudo, registrando ao vivo e no mesmo instante tudo relacionado ao assunto. O material produzido ou colecionado de outras fontes pelo secretário constitui e forma a história da entidade. Cada passo dado por um grupo com objetivos definidos deve ser registrado. Em toda sessão ou reunião ordinária ou extraordinária deverá haver atas com anotações claras, circunstanciados. Nunca esqueçamos: ESTAMOS FAZENDO HISTÓRIA! 

- Tesoureiro lidará com o dinheiro, se houver. 

- Assessor de Comunicação divulga, o máximo que puder, as ações e também as possibilidades, os sonhos e os objetivos. Tudo isto a partir de agora. 

(reforçando a ideia) 

V - FAZER OS REGISTROS, CONSTRUIR A HISTÓRIA, CRIAR UMA PÁGINA 

 “VERBA VOLANT, SCRIPTA MANET” = Palavras voam, escrita fica. 

Não esquecendo que de todas as ações, reuniões, almoços, café, jantares, solenidades, visitas, participações em outros eventos, solenidades, pessoas, lugares e situações deverão ser feitas uma ata, uma nota ou matéria e divulgado, no portal próprio e noutras mídias acessíveis, e destas tiradas cópias para arquivar e formar o primeiro livro, físico e digital, da Academia. 

A essas atas e essas notas deverão ser juntados outros documentos, publicações, convites, recortes, referentes à Academia, e criada uma pasta, física ou virtual, ou as duas, para ser arquivada na secretaria da Academia e formar a história e a memória da grande construção que ora se ergue. Quando tiver mais ou menos duzentas folhas, mandar encadernar e criar um e-book, mas deverá ficar uma cópia na secretaria da Academia. 

Obs: A princípio, esta recomendação parece descabida. Poderão até perguntar: pra que isso, estamos na era digital, tudo pode ser guardado na nuvem. Entendo perfeitamente. Essa ação deverá ser desenvolvida também. Porém o registro escrito no papel ainda é e será por muito tempo essencial. A operação é fácil de fazer. Faça-se a página digital, mas criemos também o livro impresso. Basta que estas cópias em papel A4 sejam guardadas numa pasta comum, devidamente identificadas e datadas, e quando existir um número – creio que umas 200 páginas seja o ideal – levar a uma pessoa que encaderna e colocar o nome, logo e cores da Academia, datar (do dia tal ao dia tal), colocar o que mais interessar, nome do presidente e de todos da administração ou de todos os acadêmicos, o que, convenhamos, fica bem melhor. Quem não quer ter seu nome na história? Este procedimento deve ser muito bem cuidado durante toda a vida da Academia. Quando tudo estiver arrumado e esclarecido, se é verdadeiramente isso que queremos, vamos marcar a reunião de fundação Academia? 

VI - FUNDAÇÃO E INSTALAÇÃO 

Fundação é diferente de instalação. Primeiro se funda e, posteriormente, instala-se. A sugestão é que o dia da instalação seja um dia bem festivo, o nascimento de uma arcádia literária é um fato histórico que deve ser muito bem trabalhado para marcar um antes e um depois de instalada uma Academia Literária em determinada cidade. 

VII - REUNIÃO DE FUNDAÇÃO 

Dia do nascimento da instituição. 

Eleição, por aclamação, do corpo diretivo: presidente, vice-presidente, secretário, tesoureiro, assessor de comunicação, conselhos, se tiver. Detalhe, conselho é somente consultivo. Deliberativo somente a assembleia. 

Expedir edital noticiando a criação da Academia e convidando a quem interessar possa e queira ocupar uma das quarenta cadeiras do sodalício. É claro que haverá exigências mínimas para serem preenchidas que capacitem pessoas a fazer parte de um corpo seleto de uma arcádia literária. 

Após o preenchimento deste número, 40 cadeiras, aquele que vier a se inscrever formará um cadastro de reserva para os casos de desistências ou vacância por qualquer motivo. Todavia, o processo de escolha, a partir do preenchimento da quadragésima cadeira, deverá ser feito por eleição, se mais de uma pessoa estiver inscrita. 

Domingos Pascoal 

79 991911234 telefone e WhatsApp 
É articulista do Portal Infonet, https://infonet.com.br/domingospascoal/ 
93noticias, https://93noticias.com.br/domingos-pascoal/ 
Anova Revista https://anovarevista.com.br/colunas/domingos-pascoal-de-melo 
Revista Atração https://revistaatracao.com.br/colunistas/ 
Instagram: https://www.instagram.com/domingospascoalmelo/?hl=pt-br

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

CONVITE PARA A INSTALAÇÃO DA ACALIAR - ACADEMIA ARAUAENSE DE LETRAS e ARTES

CONVITE


Dia 14 de dezembro de 2024, próximo sábado, na cidade de Arauá Sergipe, nascerá mais uma Arcádia Literária, a ACADEMIA ARAUAENSE DE LITERATURA e ARTES. 
Data auspiciosa que marcará o início da atuação da A C A L I A R - junto às escolas locais, professores e educadores da sociedade em geral - enquanto instituição propulsora do desenvolvimento cultural e literário da terra do seu Patrono-mor, Dr. José Olino de Lima Neto.  Venham! Venham todos validar mais esta ideia! Juntem-se aos esforços dos cidadãos arauaenses em prol desta tão nobre causa, a formação intelectual e artística da atual e futuras gerações.




 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

ROTARY CLUBE DE ARACAJU EM DIA DE FESTA 

 
*Domingos Pascoal 


O Rotary Internacional é uma rede global de líderes comunitários que se dedicam a, efetivamente, transformar para melhor, o mundo em que vivemos, fazendo o bem, seu lema é: Dar de Si Antes de Pensar em Si e Mais Se Beneficia Quem Melhor Serve. 

Fundado no dia 23 de fevereiro de 1905, quando o Advogado Paul Percy Harris se reuniu com três amigos: Gustavus Loehr, Silvester Schiele e Hiram E. Shorey, em um pequeno escritório no centro de Chicago, nos Estados Unidos da América, com a prosaica ideia de reavivar e validar o antigo espírito de harmonia e amizade que havia antes da virada do século nas suas cidades natais. 

A partir daquela simples ação de semear ideia boas constataram que, com muita rapidez elas se difundiam, brotavam, floriam e davam frutos... 

Opa! Temos um projeto que vai gerar um impacto significativo nas comunidades!

Aí vieram mais frutos, centenas, milhares... hoje milhões de frutos numa corrente que se retroalimenta e não para de crescer e fazer a diferença em todo mundo. 

A luminosa ideia “Rotary” está presente em mais de 200 países e territórios, é composto por mais de 37.000 clubes, que reúnem cerca de 1,4 milhão de membros voluntários, distribuídos em 33 mil clubes, além dos distritos, totalizando 571 espalhados pelo mundo afora. 

Aqui lembro da metáfora de Robert H. Shuller, 2016/2015, Pastor Americano que disse: 

“É muito fácil e, qualquer pessoa pode contar, quantas sementes existem dentro de uma maçã. Mas, somente Deus, poderá contar quantas maçãs existem dentro de uma semente.” 

Pois é, garanto que se vivo fosse o honorável Paul Heris, ele mesmo se surpreenderia com a assustadora dimensão que aquela ideia alcançou e transformou. 

O auditório da Câmara Municipal de Aracaju esteve lotado, inclusive com pessoas em pé, por falta de espaço e assento, problema logo resolvida pelo competente cerimonialista Rafael Campos que providenciou cadeiras e acomodou a todos. 

O dispositivo de honra estava completo, como presidente da mesa, o vereador Elber Batalha, o professor Jorge Carvalho do Nascimento, governador do distrito 4391, Dra. Rosa Amelia, Dra. Ester Nascimento; Yara cruz, governadora eleita do distrito 4391 do Rotary para o ano rotário internacional para 2025-2026; Kleber Ernesto, governador indicado do distrito 4391 do Rotary Internacional 2026-2027 e o decano Eliziário Sobral, governador 2000-2001, representando o colégio de governadores. 

Em sua fala o parlamentar, se referindo ao Rotary disse: é de extrema importância que mais pessoas conheçam este belo trabalho. O Rotary se tornou um ancião com 90 anos aqui, mas ativo, desenvolvendo suas belíssimas ações sociais, suas intervenções para melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos do mundo e mais de perto de Aracaju. É bom lembrar que esse clube reúne pessoas voluntárias que contribuem com o que podem, querem e sabem fazer para ajudar o próximo... 

O governador Internacional do distrito 4.391 que coordena os 100 clubes de Sergipe, Bahia e Alagoas, professor Jorge Carvalho do Nascimento, ressaltou o papel deles na sociedade. “Eu tenho a honra de ser o governador deste distrito. Todos nós somos voluntários e aderimos para defender causas de prestação de serviços à comunidade. O nosso pagamento é o sorriso das pessoas. Nós não divulgamos o que fazemos, mas um dos casos que podemos contar é o de tratamento neurológico em instituições da capital, que é feito através de equipamentos doados pelo Rotary”, declarou. 

A presidente Rosa Amélia Dantas, representando todos os presidentes de clubes de Rotary do distrito 4391, salientou o diferencial do clube em meio a tantos pelo mundo. “Nós temos um elo que nos une, é uma certa felicidade de estar no Rotary. Isso tem sido o alimento para nos unir, já que tanta estrutura cresce e desce. 

A nossa diferença é que, desde o começo, são pessoas envolvidas com grandes discussões, mas com a amizade independente de tudo e sendo forte, apesar das divergências”, falou. 

Para maior honra, prestigiaram o evento, rotarianos e ex-governadores de várias lugares, é quase impossível citar a todos, mas registramos com muito prazer as ilustradas presenças: Carlos Magalhães, o MAGÁ, (2003-2004), Carlos Mello Filho (2006-2007), Geraldo Pimentel (2008-2009), Elder Sobral (2009-2010), Messias Peixoto (2012-2013), Adailton Reis (2014-2015), Josué Silva (2018-2019), Luiz Cruz (2020-2021) e Cláudio Canuto (2022-2023).

domingo, 22 de setembro de 2024

SONHOS, DÚVIDAS, DICIONÁRIO e FRONHAS

Os jovens do meu tempo eram muito sonhadores, uns queriam estudar e ser doutor, outros queriam plantar um roçado com tantos litros de milho, feijão e algodão, tirar uma boa safra, comprar uma bicicleta Gulliver ou Mercsuwiss, ou ser motoristas para ganhar as estradas pilotando um caminhão, outros, ainda, queriam viajar para o Rio de Janeiro e, eu queria ser padre. Na minha escolha, somente uma situação me fazia refletir muito, o tal do celibato, padre não pode se casar. E, eu sonhava também em me casar e ter uma família. Confesso, isso me preocupava bastante. Mas, fazer o quê, né? Ideal é ideal, não há um que não tenha os prós e os contras. Na verdade, penso hoje, este sonho seria meu ou dos meus pais, posto que, como todas as famílias daquele tempo, sonhavam ter um filho padre para servir a Deus. Sinceramente, eu estava encantado com a ideia, já me via como um interno do seminário. Já pensou? Eu, filho do Sebastião Silivero, chegando no Cantodoamaistempo usando aquela batinona preta, igual aos seminaristas de Groaíras, que vinham, nas férias, para suas casas e, na missa de domingo, lá estavam todos devidamente paramentados ajudando o Padre, na celebração da Santa Missa? Nossa! Ia ser um sucesso total, eu já imaginava o pessoal da vizinhança chegando, a mãe acompanhada da filharada e, às vezes até do marido, para ver o padre da “cumade” Lídia... O Dominguin! Quem diria, um dia desses era um menino “réi” se arrastando pelo chão e, hoje um padre!!! Só pensar naquelas cenas já me fazia o álter ego feliz e, alimentava, ainda mais, meu sonho! Mas, logo eu caia na realidade e percebia que as coisas não eram tão fáceis como no delírio. Antes eu tinha que entrar no Seminário e, aí existiam barreiras. Eu e a minha mãezinha, bem que tentamos, aliás, tentamos por duas vezes, mas esbarrávamos num detalhe essencial, a falta de dinheiro para comprar o enxoval e pagar algumas taxas de admissão e permanência. Todas as vezes que íamos, havia sempre algo que os nossos parcos recursos não alcançavam. Na última tentativa acordamos cedo e partimos a pé para Groaíras e, às 6h, estávamos na carroceria do caminhão do Neutinho, rumo à cidade de Sobral, onde ficava o seminário. Chegando lá, depois da explicação do padre que nos recebeu, percebemos que as “economias” que tínhamos eram infinitamente inferiores ao necessário e que, mais uma vez, não ia dar certo. Todavia, já que estávamos ali, colhemos todas as informações. Inclusive recebemos uma relação dos objetos que o candidato, obrigatoriamente, teria que apresentar para se inscrever. No documento, constando alguns regulamentos, estava a imperiosa lista do que era necessário trazer como enxoval, assim escrito, se não me falha a memória: 2 pijamas, 2 lençóis, 3 cuecas, 2 fronhas, 2 toalhas, escova, creme dental, pente... Coisas que, certamente, as pessoas da cidade usavam. Porque lá, onde morávamos, sequer sabíamos o que era. Foi aí que um objeto citado naquela lista me chamou a atenção. Fiquei calado para ver se alguém dava uma pista para eu descobrir o que era aquilo. A mamãe olhava a lista, balançava a cabeça e lamentava. - Não vai dar, meu filho! Bem, disso, eu já sabia. Mais uma vez, eu não ia conseguir realizar o sonho, meu e da minha família. Isso nos deixava muito tristes. E, eu particularmente, além de triste, estava inquieto com o tal do nome do objeto desconhecido da lista. Os outros, embora não fossem de uso regular por mim e por quase todos daquele lugar onde eu morava, eu até conhecia de vista ou de ouvi dizer: mas “fronha?”, o que era aquilo? Esperei chegar a Groaíras e, no Cantodoamaistempo, mas nada de aparecer alguém para esclarecer a minha dúvida. Eu, como um dos melhores alunos da Escola Paroquial Pio XII, era orgulhoso e não queria que soubessem da minha ignorância. Por isso não podia ficar perguntando a qualquer um. Muito menos às professoras. Tinha de descobrir e aprender sozinho ou questionando meus pais ou aos meus amigos João ou Zé Manu, ou Tatá. Ao chegar, fui correndo encontrar com João que era o que morava mais perto, há uns quinhentos metros da minha casa. Ao encontrá-lo já fui perguntando. - João, você sabe o que é fronha? - Fronha? – Indagou. - Sei lá o que é isso! - Pois é, rapaz, na relação do Seminário eles pedem duas fronhas, e eu não sei o que é isso. Eu disse isso passando para ele o papel. - Tem nada não, “Domingo”, vamos, então, a Groaíras, dar uma olhada no dicionário do Colégio? A nossa saudosa Escola Paroquial Pio XII, possuía, em sua modesta biblioteca, o único dicionário da cidade. Rumamos para a cidade, morávamos há poucos quilômetros. Já na escola, fomos informados que o diretor, Pe. Cleano, havia levado o dicionário para casa, pois precisava pesquisar umas palavras. - Sem problema, vamos à casa do padre? - Vamos! Respondi. Chegando lá e, com todo o cuidado, pois o padre era muito rigoroso e não gostava de ser incomodado. Tínhamos de ter a devida cautela para não chegar à sua casa nos seus horários de refeição, descanso, oração ou leitura. Sobrava pouco tempo para conseguirmos falar com ele ou com alguém de sua casa. Tomamos coragem e batemos palmas. Demorou um pouco, batemos de novo. Demorou mais um pouquinho, aí apareceu uma senhora que nós conhecíamos muito, era uma professora nossa, irmã do padre, uma pessoa muito boa, que sempre tinha atenção com a gente. - Pois não? O que vocês querem? - É que nós queríamos dar uma olhada no dicionário, mas ele não está no Colégio. Disseram que o Pe. Cleano o trouxe para casa. Necessitamos muito saber o que significa uma palavra que não estamos entendendo. - O Padre está viajando e o dicionário está no quarto dele e eu não posso mexer lá. - Tá bom! Então, depois a gente volta. E, já íamos saindo, quando ela, ao que parece, se compadeceu da gente e, curiosa, perguntou: - Qual é a palavra que vocês não sabem? Falamos quase ao mesmo tempo: - Fronha, professora, fronha! - Fronha? Vocês não sabem o que é uma fronha? - Não, professora, sabemos não. - Esperem aí. Entrou na casa e, em pouco tempo, estava de volta com um pano bordado com as iniciais R.C.M. que correspondiam às iniciais do nome do nosso inesquecível mestre, adornadas com ramalhetes de flores. - Fronha é isso aqui. Disse ela, mostrando-nos aquele pano em forma de saco e bordado. - Mas é um saco bordado? - Não, isto não é um saco, respondeu ela. Isto aqui é uma fronha e serve para colocar o travesseiro dentro. Danou-se! E, nós dois, mais uma vez, quase em uníssono: - Travesseiro! E o que é um travesseiro? Domingos Pascoal

sábado, 6 de julho de 2024

JAPOATÃ, TERRA DE DINOSSAUROS E DA MULHER MAIS IDOSA DO MUNDO Japoatã,cidadezinha bucólica e aconchegante, debruçada no topo de uma colina, inspira religiosidade, paz, cultura e mistério. Conhecida como a cidade do Cruzeiro de Pedra de Santo Pio e, do Tesouro Perdido de Japoatã, localiza-se na região do Baixo São Francisco, há 70 quilômetros de Aracaju, capital de Sergipe – Brasil. Imagina-se que seja assim reconhecida por conta de uma lenda que insinua que os Jesuítas, quando expulsos do Brasil em 1759, pelo então plenipotenciário português, Sebastião José de Carvalho e Melo, também conhecido como Marquês de Pombal, tenham enterrado sob as grossas paredes da Igreja de Nossa Senhora da Agonia ou ao pé do Cruzeiro de Pedra de Santo Pio, os tesouros que não puderam levar em sua forçada retirada. O professor José Bezerra dos Santos nos dá algumas pistas no seu livro “O Tesouro de Jaboatão”, quando se refere aos frades jesuítas diz: “[…] escolheram aquele local para suas preces, e descanso das jornadas fatigáveis e abrigo seguro onde guardassem, sem receio, as joias e alfaias da Igreja. Para isso levantaram as grossas paredes do mosteiro, plantaram no cume do monte o Cruzeiro de Pedra, Santo Pio e, a determinada distancia, ergueram a Igreja Nossa Senhora das Agonias […]” Em 2017 foi criada a Academia Japoatãense de Letras e Artes que, a partir de então, iniciou uma busca incessante ao tesouro, não ao lendário e mitológico “tesouro perdido”, não! A busca foi por um tesouro muito mais valioso que se encontrava ali, imanente, guardadinho no silêncio dos dias: as escolas, os professores e, sobretudo os alunos e estudantes. Este tesouro, embora entregue em valorosas habilidosas mãos remanescia no aguardo de uma ideia nova e, ela chegou e fez toda à diferença sem comprometer a qualidade que já era e sempre foi muito boa. Em 2019 foi fundada a Academia de Letras Estudantil de Jovens Escritores de Japoatã que emprestou juventude e ideia novas aos projetos e muito fez e está fazendo para que o tesouro, agora encontrado possa ser usado com brilho e representação. Mas, Japoatã é rica em mistérios, como já afirmado, todavia é muito mais pródiga também, em gente capacitada para ir além e dar um passo a mais explorando e buscando respostas para os enigmas que se pronunciam. Em 2022, plena pandemia, o jovem biólogo e professor de escola publica de Japoatã, Paulo Roberto Lima Aragão anos descobre um dente de um dinossauro mais precisamente, o dente de jovem “bebênossauro”. O achado foi levado a Universidade Federal de Sergipe, comprovada a autenticidade e, algumas divulgação foi feita e, ao que parece, sobre este histórico e grande achado, que poderá colocar a cidade de Japoatã e o estado de Sergipe, no mapa dos sítios arqueológicos do Brasil, não se tem mais notícias, o jovem cientista voltou para a sala de aula e, sobre ele e sua descoberta ninguém mais fala. E, isso aconteceu há apenas dois anos. Agora duas inquietas professoras do ensino fundamental, junto com seus jovens pesquisadores, buscavam informações sobre as ruas da cidade e foram surpreendidos com o encontro que tiveram com dona Maria José dos Santos, a mulher mais idosa do mundo, nascida no dia 10 de janeiro de 1905, há exatos 119 anos. A preocupação agora é a de não permitir que sobre mais este tesouro encontrado caia o véu do silêncio seguindo o mesmo caminho do sítio arqueológico que aparenta ser hoje o segundo “Tesouro Perdido” de Japoatã Japoatã, terra de dinossauros e da mulher mais idosa do mundo Japoatã, cidadezinha bucólica e aconchegante, debruçada no topo de uma colina, inspira religiosidade, paz, cultura e mistério. Conhecida como a cidade do Cruzeiro de Pedra de Santo Pio e, do Tesouro Perdido de Japoatã, localiza-se na região do Baixo São Francisco, há 70 quilômetros de Aracaju, capital de Sergipe – Brasil. Imagina-se que seja assim reconhecida por conta de uma lenda que insinua que os Jesuítas, quando expulsos do Brasil em 1759, pelo então plenipotenciário português, Sebastião José de Carvalho e Melo, também conhecido como Marquês de Pombal, tenham enterrado sob as grossas paredes da Igreja de Nossa Senhora da Agonia ou ao pé do Cruzeiro de Pedra de Santo Pio, os tesouros que não puderam levar em sua forçada retirada. O professor José Bezerra dos Santos nos dá algumas pistas no seu livro “O Tesouro de Jaboatão”, quando se refere aos frades jesuítas diz: “[…] escolheram aquele local para suas preces, e descanso das jornadas fatigáveis e abrigo seguro onde guardassem, sem receio, as joias e alfaias da Igreja. Para isso levantaram as grossas paredes do mosteiro, plantaram no cume do monte o Cruzeiro de Pedra, Santo Pio e, a determinada distancia, ergueram a Igreja Nossa Senhora das Agonias […]” Em 2017 foi criada a Academia Japoatãense de Letras e Artes que, a partir de então, iniciou uma busca incessante ao tesouro, não ao lendário e mitológico “tesouro perdido”, não! A busca foi por um tesouro muito mais valioso que se encontrava ali, imanente, guardadinho no silêncio dos dias: as escolas, os professores e, sobretudo os alunos e estudantes. Este tesouro, embora entregue em valorosas habilidosas mãos remanescia no aguardo de uma ideia nova e, ela chegou e fez toda à diferença sem comprometer a qualidade que já era e sempre foi muito boa. Em 2019 foi fundada a Academia de Letras Estudantil de Jovens Escritores de Japoatã que emprestou juventude e ideia novas aos projetos e muito fez e está fazendo para que o tesouro, agora encontrado possa ser usado com brilho e representação. Mas, Japoatã é rica em mistérios, como já afirmado, todavia é muito mais pródiga também, em gente capacitada para ir além e dar um passo a mais explorando e buscando respostas para os enigmas que se pronunciam. Em 2022, plena pandemia, o jovem biólogo e professor de escola publica de Japoatã, Paulo Roberto Lima Aragão anos descobre um dente de um dinossauro mais precisamente, o dente de jovem “bebênossauro”. O achado foi levado a Universidade Federal de Sergipe, comprovada a autenticidade e, algumas divulgação foi feita e, ao que parece, sobre este histórico e grande achado, que poderá colocar a cidade de Japoatã e o estado de Sergipe, no mapa dos sítios arqueológicos do Brasil, não se tem mais notícias, o jovem cientista voltou para a sala de aula e, sobre ele e sua descoberta ninguém mais fala. E, isso aconteceu há apenas dois anos. Agora duas inquietas professoras do ensino fundamental, junto com seus jovens pesquisadores, buscavam informações sobre as ruas da cidade e foram surpreendidos com o encontro que tiveram com dona Maria José dos Santos, a mulher mais idosa do mundo, nascida no dia 10 de janeiro de 1905, há exatos 119 anos. A preocupação agora é a de não permitir que sobre mais este tesouro encontrado caia o véu do silêncio seguindo o mesmo caminho do sítio arqueológico que aparenta ser hoje o segundo “Tesouro Perdido” de Japoatã. Mas, atenção! Japoatã não tem tesouro perdido, todos foram encontrados só precisamos mostrar.

domingo, 16 de junho de 2024

ACADEMIA DE LETRAS E ARTES MOITENSE

ACADEMIA DE LETRAS E ARTES MOITENSE 
Instalada no dia 09 de junho de 2024 





O presidente da Academia Sergipana de Letras, Dr. José Anderson Nascimento, impossibilitado de atender a um convite do confrade José Ginaldo de Jesus, para comparecer a cidade de Moita Bonita e instalar, no dia nove de junho de dois mil e vinte e quatro a Academia de Letras e Artes Moitense, nomeou o acadêmico Domingos Pascoal de Melo, para em seu lugar, proceder a instalação de mais esta arcádia literária no interior do estado de Sergipe.

O acadêmico Domingos Pascoal, acompanhado das acadêmicas: Maria das Graças Monteiro Melo e Educadora Cris Souza, dirigiram-se à bucólica cidade de Moita Bonita, para cumprir a missão. A solenidade aconteceu no suntuoso Espaço Celebrar, que esteve lotado durante todo o evento com mais de 350 pessoas. 

O cerimonialista foi o já eleito acadêmico vice-presidente da ALAM – Academia de Letras e Artes Moitense, José Ginaldo de Jesus, que de início anunciou o que ia ocorrer durante aquela sessão solene, formou o dispositivo de honra e, passou a palavra ao presidente da Mesa, Domingos Pascoal de Melo, para que fizesse a abertura oficial dos trabalhos, instalasse a Academia de Letras e Artes Moitense e desse posse ao seu primeiro presidente prof. Wesley Azevedo Costa. 





Ato contínuo, e obedecendo o que determina a ritualística de instalação de uma academia literária, Domingos Pascoal de Melo passou o comando dos trabalhos ao recém-empossado presidente, prof. Wesley Azevedo Costa que, a partir de então, presidio a mesa e, deu posse a todos os outros neo-acadêmicos que, elegantemente vestidos, se postaram de pé, com a mão direita estendida e repetiram a oração de juramento, lida pelo acadêmico-eleito Jorge Luis Ferraz Santos, prestando assim, o juramento acadêmico.





Depois, um a um, assinaram o termo e foram empossados em suas devidas cadeiras. 
Cadeira nº 01 prof. Wesley Azevedo Costa - patrona: Maria Souza Costa. 
Cadeira nº 02 prof. José Ginaldo de Jesus - patrono: Pedro Joaquim Souza (Pedro Venâncio) Cadeira nº 03 Maria José Ferreira Lima - patrono: João Ferreira Lima de Souza 
Cadeira nº 04 Neuzisse Costa - patrono: Manoel Aristides da Costa 
Cadeira nº 05 Maria Lenice de Lima Barreto - patrono: Antônio Barreto de Lima 
Cadeira nº 06 Jorge Luís Ferraz Santos - patrono: Roberto Pedro dos Santos (Roberto Eletricista) Cadeira nº 07 José Roberto Santana Santos - patrono: José Aleixo Barreto 
Cadeira nº08 Jorgevânio Menezes de Lima - patrono: Pedro José de Oliveira (Seu Pedrinho) Cadeira nº 09 Liliane de Jesus Costa - patrona: Maria de Lourdes Santos de Jesus 
Cadeira nº 10 Viviane de Jesus Peixoto - patrona: Maria da Graça dos Santos Lima 
Cadeira nº 11 Elielze Santos Sobral - patrono: José Gregório dos Santos 
Cadeira nº 12 Eliane Santos Barreto Araújo - patronas: Maria Francisca Santos (Tia Sinhá) Cadeira nº 14 Mônica Luzia da Cunha Menezes - patrona: Euflosina Costa da Cunha 
Cadeira nº 15 Viviane Mota de Gois – patrono: José Manoel de Góis (Zé Coqueiro). 

Os Hinos, tanto Nacional Brasileiro, na abertura dos trabalhos, como o de Moita Bonita, ao final, foram competentemente interpretados pelo cantor e músico Moitense, Gabriel Araujo que, após toda a solenidade, enquanto os convidados se deliciavam com salgadinhos e outras delícias feitos pela Gil Buffet Itabaiana, ele continuou nos brindando com a sua marcante voz e interpretação da nossa música brasileira.

A charmosa cidadezinha de Moita Bonita fica na região central do Estado de Sergipe a uma distância de 70 quilômetros da capital, Aracaju, sua população é de 11.050 habitante, considerando o censo de 2022, tem como Padroeira Santa Terezinha. A Academia de Letras e Artes Moitense é o fruto de uma ideia, alimentada desde 2022, a primeira reunião aconteceu no dia 18 de janeiro de 2023, quando foram colocadas as bases para a sua efetiva construção, que veio termo no dia 13 de maio de 2023, data histórica de sua fundação e, no dia 09 de junho de 2024 foi festivamente instalada.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

TRIBUTO A ACADÊMICA GUIOMAR SOUZA GOES -AGL - Academia Gloriense de Letras.

Foto da mesa de honra da Academia Gloriense de Letras, presidida pelo confrade Carlos Alexandre, familiares da professora Guiomar Souza Goes, homenageada com esta Sessão da Saudade, autoridades, acadêmicos convidados

Dia 08 de junho de 2024, na Câmara Municipal de Nossa Senhora da Gloria, sessão solene da saudade em homenagem a professora GUIOMAR SOUZA GOES, que fez história semeando a boa semente da educação e estimulando seus discípulos para que fizessem sempre mais e melhor.

 

Foto: à esquerda professora Cassia Valeria de Rezende, que escreveu sobre a homenageada e de familiares da professora Guiomar Souza Goes

Muitos daqueles jovens, hoje grisalhos, compareceram a esta sessão da saudade para emocionados e de público tributar seus agradecimentos à saudosa mestra e líder pelas lições do caminho e da vida que os impulsionaram a chegar até aqui.

 

Dra. Ana Célia filha da homenageada, professora Guiomar Souza Goes

Professora Guiomar, tomou pose na Academia Gloriense de Letras, na cadeira 06, dos honorários, no dia 28 de abril de 2023, foi saudada pelo acadêmico Adebaldo Junior e muito bem recebida por todos os membros daquela  arcádia literária. 

 



Foto de Maria Goes, irmã da professora Guiomar Souza Goes.



A solenidade do dia 08 de junho de 2024, foi memorável, como inolvidável era a própria homenageada, que alegre, feliz e realizada se hospedou em Deus no dia 03 de janeiro de 2024. 

 

Foto: Lucas Lamonier, acadêmico e Mestre de cerimonias

As suas sementes, seus amigos, seus conterrâneos e seus confrades, que ainda mourejamos na terra dos vivos, só resta lamentar a sua ausência e agradecer o seu legado. Deus seja Louvado!












Por: José Barros dos Anjos.                                                                                                       No dia 4 d...