segunda-feira, 28 de agosto de 2017

São dias de guerra, é também momento de lutar...


* Texto de Milena Góis.

São dias de guerra, é também momento de lutar, dia 19 de agosto, um dia simbólico, aniversário do meu amado sobrinho, e é por ele, em nome de milhões de crianças, que reflito hoje. Criança Esperança, milhares de acusações, e no momento não estou tentando julgar se verídicas ou não, o que sei são os dados apresentados. "Um preso custa treze vezes mais ao estado do que uma criança na escola, a cada vinte e um minutos um negro morre no Brasil pela ação direta ou consequência do racismo".

São dores que a humanidade sente, a diferença fisiológica que nos iguala ao pó na morte. Não, eu nunca sofri preconceito, eu nunca senti na pele o ódio pela minha cor, as pessoas não me olham com desprezo, como se eu fosse menos capaz do que o meu igual. Eu tenho em minha certidão estampada a raça branca, com cabelo crespo e lábios grossos, eu não sou pura, eu sou parte de uma nação de bela mistura.

Acreditar no futuro tem sido uma tarefa árdua, mas eu busco torná-la parte rotineira em minha vida, eu preciso crer que futuramente meu sobrinho será tratado e tratará todos como iguais em suas diferenças. Eu busco crer que o único julgamento será feito por consequência de ações e nunca suposições. Há movimentos que me fazem lutar por essa crença.

Hoje, num período muito curto por confusão nos meus horários, eu pude participar do seminário das Academias de Letras de Sergipe. Meu intuito inicial resumiu-se em rever amigos e mestres, os quais admiro de forma "inenarrável". Essa palavra entre aspas me lembra aulas de filosofia de entusiasmo e paixão pela vida. Fui surpreendida: jovens, como eu, que tiveram oportunidade única de se tornar imortais, estavam reunidos com grandes nomes e exemplos para nós.

Não, eles não nos disseram como fazer, eles nos presentearam com seus exemplos de vida. Domingos Pascoal, João Paulo e Saracura, três nomes para a literatura sergipana, os quais tive oportunidade de ler e apreciar a escrita de forma regional, causos do interior do nosso estado pequeno e tão cheio de talentos.

O texto é prolongado ao passo que os esforços são aumentados, nesta quinta-feira estarei a prestigiar o meu querido amigo Pascoal nos vinte anos de Academia Maçônica. Ele que tem nos dado tantas chances de florescer como escritores. Tenho certeza que será um belo evento, apesar de ser suspeita por todo carinho que lhe tenho.

Pessoas seguem exemplos. Um mínimo, um grão de areia fora da caixa serve para inquietação da mente.





domingo, 27 de agosto de 2017

O papel das academias literárias no século XXI

Estamos aqui para falar um pouco sobre uma instituição milenar que conhecemos como “Academia Literária”, mas que pode ser também universitária, artística, científica, esportiva, musical, filosófica... O nosso objetivo é pensar esta instituição no Século XXI. Porém necessário se faz jogar um pouco de luz na história e, mesmo que em rápidas palavras, dizer um pouquinho mais sobre esta tão antiga entidade.

Ela nasceu na era clássica do pensamento grego, no auge da filosofia, exatamente no tempo dos maiores pensadores da humanidade: Sócrates, Platão e Aristóteles. Mais precisamente, foi Platão quem fundou sua escola naquele lugar chamado “Jardim de Academus”, daí o nome “Academia”, um espaço de estudos, na verdade, uma confraria, uma congregação, de pessoas que buscavam o conhecimento. As principais matérias ali discutidas foram: aritmética, geometria, astronomia e a filosofia.

Naquele espaço sagrado ao saber, Platão forjou a ideia e o nome que até hoje se pratica. Mas os três mestres quase contemporâneos – Sócrates (470/399), Platão (428/347) e Aristóteles (384/322) a.C. – construíram muito mais, criaram história e escolas. Escolas do pensamento. Sócrates, o primeiro, com a Maiêutica ou “partos das ideias”. Ele andava pelos jardins, ruas e praças de Atenas levantando questões básicas de moralidade e política. As pessoas reuniam-se à sua volta e a cada resposta dada, ele fazia uma nova pergunta, pois, segundo ele mesmo, queria aprender também. Afirmava com muita sabedoria: "eu só sei que nada sei".

Diferente de Platão, Sócrates não fundou nenhuma escola num lugar determinado. As suas “salas de aula” como se viu eram as ruas e praças. Aristóteles também criou uma escola, o Liceu, e também uma sistemática nova e diferenciada de educar. As suas aulas aconteciam ao ar livre, caminhando pelos jardins do Liceu, lendo e fazendo preleções. Esta forma de transmissão do conhecimento ficou conhecida como “aulas peripatéticas”.

Pelo que vimos, a Academia Literária nasceu escola, “ensinante” de um lado e “aprendente” do outro, entremeados com o conhecimento e saberes transitando através de proposições dialogais, numa dialética do ensinar e aprender.

Mas a nossa referência aqui no Brasil é a Academia Francesa, fundada por Richelieu, em 1635. A Academia de Richelieu tem uma conformação diferente, é mais estruturada com número determinado de membros: 40 cadeiras, 40 patronos, vitaliciedade acadêmica, a admissão de um novo membro só acontece por falecimento de um dos ocupantes e há eleição para o preenchimento da vaga. Este foi o modelo por nós brasileiros adotado.

Nos séculos que se seguiram, surgiu na Europa uma "onda" de academias, a partir da Itália, passando por França, Espanha e Portugal. Esta agitação cultural ficou conhecida por “movimento academicista”. Em Portugal, dentre as várias academias fundadas, uma teve particular importância para o surgimento da primeira academia aqui no Brasil ainda colônia.

Foi o caso da Academia Real da História Portuguesa (1720 – 1776), em Lisboa. Esta academia, segundo registrou Alberto Lamego, aceitava membros de todas as outras colônias – exceto do Brasil. Esta discriminação fez com que os brasileiros, sentidos com a arbitrariedade daquela Arcádia portuguesa, criassem aqui, em março de 1724, na cidade de Salvador, Bahia, a “Academia dos Esquecidos”. Mas esta academia teve vida efêmera e foi encerrada já em fevereiro de 1725.

Após 34 anos, em junho de 1759, o conselheiro do ultramar na Bahia, o grande intelectual José Mascarenhas Pacheco Pereira Coelho Melo, tentando resgatar a Academia dos Esquecidos, fundou a Academia dos Renascidos. Porém esta é que teve vida curta, inclusive com a prisão do seu fundador, em novembro do mesmo ano. Pombal mandou então "sepultá-lo vivo", encarcerando-o junto com toda sua criadagem e livros na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em Santa Catarina, e depois de 1774, na Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, permanecendo em cativeiro por dezessete anos. Contudo, sua traição nunca ficou provada, e após a morte de dom José I e a queda do Marquês de Pombal, foi indultado por dona Maria I, regressando, já muito velho, a Portugal.

A Academia mais antiga do Brasil, ainda em funcionamento, é a Academia Cearense de Letras, fundada no dia 15 de agosto de 1894, três anos antes da Academia Brasileira de Letras, criada no dia 20 de julho de 1897. A Academia Sergipana de Letras foi fundada no dia de 1º de junho de 1929. Com base territorial em todo o estado de Sergipe, tem um trabalho muito bom junto à sociedade intelectualizada há mais de oitenta anos. O MAC – Movimento de Apoio Cultural Antônio Garcia Filho – da Academia Sergipana de Letras também vem já há muitos anos prestando apoio à Academia Sergipana de Letras, fazendo um bom trabalho, inclusive preparando acadêmicos para a Academia Sergipana de Letras. É o meu caso... E lançará em breve a primeira Antologia dos Macadêmicos, com simbólico nome “Sob o Sol do Sodalício”.

Até 2010, com exceção da capital, não havia nas cidades sergipanas nenhuma academia literária. A partir de então vem sendo feito um trabalho apoiado pela Academia Sergipana de Letras, o que já resultou na criação de 17 Academias, a maioria funcionando muito bem. Inclusive fazendo um trabalho significativo junto aos estudantes de todas as escolas daquelas unidades. As academias que estão chegando acreditam na semeadura e descobriram que a verdadeira vocação de uma Arcádia Literária é exatamente aquela que foi mostrada há 2.400 anos pelos seus criadores.

As novas academias do interior, no dizer do prof. Jorge Henrique, ex-presidente da Academia Gloriense de Letras, são as “Mediadoras e promotoras do conhecimento” semeando ações. Semear... esta é a palavra certa para o processo. Estamos certos de que: “É até muito fácil você contar quantas sementes há dentro de uma laranja, mas será impossível você contar quantas laranjas poderá haver dentro de uma semente”.

Pense nisso! Você pode até saber quantas ideias você semeia, mas é impossível você prever o resultado.

A academia do século XXI está preocupada em semear boas ideias com a certeza de que a colheita, embora de difícil mensuração, será muito boa. Esta semeadura está acontecendo por todos os lados, inclusive pela Academia Sergipana de Letras e Academia Maçônica de Sergipe: publicação de livros, de antologias, encontros de escritores e leitores, acadêmicos indo às escolas, escolas indo às academias, palestras, oficinas, saraus, criação de grupos de estudo e apoio aos grupos já existentes de poetas, cronistas, contistas, cordelista... Só no eixo do sertão: Monte Alegre, Canindé, Glória (ALAS, várias cidades), Dores, Feira Nova, Poço Redondo, Aleixo e Aparecida. Já temos mais de 10 grupos estudando poesia, conto, crônica, somando com os grupos de Jovens Escritores de Itabaiana, Lagarto, Tobias Barreto, Neópolis, Riachuelo, Cristinápolis, Estância, Propriá...

Aqui na capital temos: Academia Sergipana de Letras, Academia de Letras Estudantil de Sergipe, Academia de Letras de Aracaju, Academia Sergipana de Medicina, Academia Literária de Vida,  Academia Sergipana de Ciências Contábeis, Academia de Ciências da Administração, Academia de Letras Jurídicas de Sergipe  e  a Academia Maçônica Sergipana de Artes, Ciências e Letras, também uma academia do século XXI, fundada no dia 6 de outubro de 1997, sob a liderança do nosso Irmão José Francisco da Rocha, Rochinha, juntamente com os valorosos irmãos: Antônio Fontes Freitas, José Geraldo Dantas Bezerra, José Augusto Machado, Menilson Menezes, Jason Ulisses de Melo, Juvenal Francisco da Rocha Neto, José Sérgio de Aguiar Rocha e outros... Todos Maçons regulares, oriundos das duas potências, também regulares, do nosso Estado: Grande Oriente do Brasil Sergipe, que tem como Grão Mestre Estadual o Eminente Irmão Lourival Mariano de Santana, aqui representado pelo Grão Mestre adjunto, Clairton de Santana; e da Grande Loja Maçônica do Estado de Sergipe, que tem como Sereníssimo Grão Mestre o nosso Irmão Jorge Henrique Pereira Prata.

Academia Maçônica também segue a regra da Academia Francesa de Richelieu, exceto em dois aspectos: no número de membros, pois por simbologia maçônica a AMSACL tem apenas 33 cadeiras, e não 40, como as demais academias. E, também, por ser a primeira Academia que se tem notícias que tem um patrono vivo, no caso o fundador, valoroso irmão José Francisco da Rocha.

Usamos as nossas roupas Acadêmicas, temos as seguintes condecorações: Medalhão Acadêmico, Medalha de Honra ao Mérito e Comenda José Francisco da Rocha – Rochinha, nosso patrono. No mais, segue o modelo francês. É uma instituição altruística, evolucionista, sem fins lucrativos, pugna pelos valores morais e éticos da vivência e convivência entre seus membros e, destes, para com a sociedade.

Tem como finalidade congregar os maçons que se dediquem às artes, ciências e letras; incrementar a difusão da doutrina e dos postulados da maçonaria universal e do ideal maçônico; manter cursos nos campos: educativo, cientifico e cultural; promover concursos, palestras, conferências e mesas redondas; prestar homenagens especiais a pessoas e entidades que se façam merecedoras.

Temos um site onde editamos as nossas notícias, os livros dos acadêmicos e de outros irmãos também, já publicamos um livro sobre a Liga Sergipense Contra o Analfabetismo, da professora Clotildes Farias, da Universidade Federal de Sergipe, e temos um projeto de, já a partir do próximo ano, publicar pelo menos um livro de valor histórico maçônico. E, ainda este ano, vamos publicar a nossa revista da Academia Maçônica de Sergipe.

Apresentei aos senhores o modelo que na concepção dos tempos realmente representa qualquer Academia do Século XXI. Elas, as academias, ou qualquer instituição que vise crescer e fazer algo pelo outro, criadas agora ou há mais tempo, ou se enquadram e se modernizam ou vão ficar tomando espaço e definhando até sucumbir, visto que não há mais interesse...

Como diz a parábola do apocalipse: seja quente ou seja frio, não seja morno, senão eu te vomito. Porque, na vida, ou você está verde e amadurecendo ou maduro e apodrecendo.

Obrigado.


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Academia Maçônica Sergipana de Artes, Ciências e Letras comemora 20 anos de trabalho

No próximo dia 24 de agosto, às 19 horas, a Academia Maçônica Sergipana de Artes, Ciências e Letras promove, em comemoração aos 20 anos de efetivo trabalho, a palestra “O papel das academias literárias no século XXI”, tendo como palestrante Domingos Pascoal. O evento ocorrerá no Templo da Grande Loja Maçônica de Sergipe – na Rua Oscar Valois Galvão, 959, Grageru.
Na oportunidade, haverá ainda o lançamento dos livros:
Maçonaria da Antiguidade até Sergipe – Breve Histórico. Antônio Fontes Freitas – Osvaldo Novaes.
Diálogos em 1970. Valtênio Pais de Oliveira.


segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Instalação da Academia de Letras e artes de Capela


Por Antônio Saracura

Passei a manhã e a tarde em Nossa Senhora da Glória no evento onde divulgamos a IV Bienal do Livro de Itabaiana. Ando sempre, quando percorro mundos longe, semeando cultura, com Domingos Pascoal de Melo, o fazedor de Academias.

Chegamos em Capela, procuramos o tradicional colégio Nossa Senhora da Conceição, ao lado da igreja matriz, seria lá a cerimônia de instalação. Um pouco atrasada, como soe acontecer, começou a sessão com muita gente no amplo auditório. Belas músicas, após o hino nacional, alguma delas de autoria de Sérgio Lucas (muito bom), um dos novos acadêmicos, entre elas, Sergipe é o país do forró.

Ismael Pereira – fui ao evento especialmente por causa dele – fez o juramento com um pouco de poesia, mas ficou complicado aos novos acadêmicos repetirem as palavras. O que vale é o compromisso íntimo.

Maria da Conceição fez um discurso emocionado. Falou de Lampião, Zózimo Lima, Dudu da Capela, Manoel Cabral Machado, Rodolfo Rodrigues, Leonídio Guimaraes, monsenhor Eraldo Barbosa, grupos de folclore, o engenho flor das pedras brancas e a capelinha das pedras. Também a Festa do Mastro de Capela: 80 anos contínuos. Haja pé de pau! 280 anos da primeira capelinha que seria a cidade de Capela.

Começaram as posses. Anotei apenas alguns nomes de acadêmicos empossados para enriquecer meu texto sem deixá-lo enjoado:

Cadeira 6 - Otávio Luiz Cabral Pereira, mestre e doutor em belas artes em Valencia, Espanha, e outros cantos.

Cadeira 7 - Domingos Pascoal de Melo. Está em todas... será que conseguirá ir a todas as reuniões? Ora sim. Pascoal é uma máquina.

Cadeira 8 - Frei José Francisco de Santana. Apresentei-me e li pedacinhos de seu livro Pétalas de Amor, no hall de entrada.

Cadeira 18 - Maria Olga Andrade.
Há uma alegria estampada em cada rosto. A glória do reconhecimento. Talvez. Nós somos muito sensíveis à louvação ao nosso ego. O grande crítico amansa com um convite chora na posse. Uma academia não é nada, mas para quem está nela é uma Glória.

Cadeira 19 - José Anselmo de Oliveira. Confrade da Sergipana.

Cadeira 20 - Edson Silva Nascimento. O maestro da banda.

Cadeira 23 - Enilza de Oliveira Santos

Cadeira 28 - Sérgio de Menezes Lucas. Fiquei encantado com este compositor de belas músicas sobre Sergipe.

Cadeira 29 - Ismael Pereira Azevedo. Um dos meus irmãos de coração. Possuo poucos, mas me fazem muito bem.

Cadeira 20 - Waldeir José da Silva. Antigo inquilino da casa de minha mãe que eu administrei. Uma surpresa reencontrá-lo.

José Garrote Dores Dorea: Acadêmico correspondente em Brasília. Já o conhecia, apresentado por Fátima Escariz um ano atrás. É um dos admiráveis filhos de Sergipe que conquistaram quatro mundos.

Acadêmicos honorários:

Duas senhoras idosas que ficaram à frente e Zózimo Lima Filho, que anda sempre com Murilo Melins.

XXX

Uma senhora de boa idade chamou-me de uma fileira à direita. Era uma leitora apaixonada, lera muitas vezes o livro Os Tabaréus do Sítio Saracura: o melhor livro que leu na vida. Fui ao carro e dei-lhe Meninos que não querem ser padres. Batemos uma foto juntos.

XXX

Era mais de onze horas e a chuva que caiu o dia todo parou um pouco. Eu não queria enfrentar estrada. Pascoal dorme demais ao volante e não me deixa conduzir o carro.

Mas outro caroneiro radicalizou: não ficaria de jeito nenhum em Capela.

Então, enfrentamos a noite tenebrosa. Eu, no banco de trás, desviei de cada buraco, freei em cada poça d’água, empurrei com a mão, para um lado, carretões que passavam raspando, segurei as pestanas de Pascoal como faz o oftalmologista para pingar a gota do deslocador de retina, contei histórias, inventei mentiras para manter o lampião aceso que teimava em apagar-se. Graças a Deus, chegamos em casa, em Aracaju. Tensos, mas ainda vivos.















Emoções Incontidas, de Graças Melo


Com grandiosa e emocionante festa literária, foi instalada a ACADEMIA CAPELENSE DE LETRAS E ARTES no dia 19 de agosto de 2017.

Publico aqui um texto sobre a magna festa, de Maria das Graças Melo.


EMOÇÕES INCONTIDAS

* Graças Melo

Ontem tive um dia por demais prazeroso. Visitei cidades do interior sergipano e pude sentir de perto o poder inebriante do calor humano nessas localidades. Em Glória, fomos muito bem acolhidos por pessoas que vivem a depositar com muita crença, dedicação e esforços incondicionados a maior contribuição que o homem pode deixar para as gerações futuras: o conhecimento em todas as suas vertentes - das cadeiras de escolas, das reiteradas leituras que a todos deleitam e do apego à cultura, esta sedimentada ao longo da formação de um vilarejo, de uma pequena cidade, de uma metrópole, de um País. Cultura que deve ser preservada, porque é o passado a sedimentar o presente, esse presente em constante movimento, que, por sua vez, cimenta, finca os fortes e inabaláveis alicerces do futuro. Um futuro que será meu, seu, dele, de nossos descendentes e dos deles, de muitos, enfim. E vi, através daquele pequeno grupo de pessoas com as quais estive que em Glória existe extrema preocupação com o saber. Glória é pujante, cresce em sabedoria e cresce no segmento da economia, ergue-se sobranceira, importante para seus filhos, para os filhos vindos de todas as paragens do grandioso território brasileiro, para o visitante, desde o seu dia primeiro. Passei quase todo o dia nessa cidade de gente simpática, hospitaleira e laboriosa, imbuída de vontade para crescer de forma sustentável, e depois parti para a cidade de Capela. 

Deparei-me com uma belíssima cidade, cidade que nos conduz ao seu glorioso passado, logo que ali chegamos, a começar pelo portal de entrada. Igrejas embelezadas com torres encantadoras, a nos crivarem de admiração. Admiração devotada ao belo, à história do homem, criado à imagem e semelhança do grande e Onipotente Criador. A imagem da Santa Padroeira, Nossa Senhora da Purificação, leva-nos ao período barroco e nos enche de paz. A escola Nossa Senhora da Purificação, em frente a uma praça, sempre olhando para a igreja que me deleitou, foi construído em 1929 e está lá, firme, sendo um solo fértil para o plantio de muitas sementes e sua germinação, gerando árvores frondosas, frutíferas e responsáveis pelo engrandecimento da cidade: proporciona o plantio e cultivo das sementes do saber. 

Foram cerca de cinco horas em Capela, mas coroadas de conhecimento e admiração por visitar e estar em ambiente tão acolhedor, formado por pessoas com perfil cultural aprimorado, amantes da cultura, pessoas que se abraçam, se compreendem, deixando emergir o sentimento de que ali existe a pugna pelo bem-estar, pela felicidade somente alcançados através do calor humano, fruto da importância que se dá ao que se faz de construtivo. Vi e senti tudo isso na bucólica Capela, que, confesso, não cheguei a conhecer por inteiro, mas, pelo pouco que vi e gostei, dá para afirmar que se trata de um povo de valores admiráveis. Explico: foram cinco horas de construção. Fui testemunha ocular da instalação de uma casa construída com a mais rica e indestrutível matéria-prima que existe: o conhecimento global de seus idealizadores e responsáveis pela sua construção, e que são responsáveis a partir de agora pela sua manutenção e importância no seio do povo Capelense, sendo criativos, realizadores e acolhedores. 

Tive, assim, a honra de participar como convidada da instalação da Academia Capelense de Letras e Artes. Honra que se ampliou por ser esposa de um dos seus integrantes, o acadêmico Domingos Pascoal de Melo, e poder ser partícipe na sua posse, apondo-lhe o distintivo maior: uma belíssima pelerine, missão cumprida na companhia dos também acadêmicos de academias coirmãs: o grande e conhecido escritor sergipano Saracura e a professora Maria de São Pedro, que lhe entregaram medalha acadêmica e o certificado. 

Momentos prazerosos, também justificados, quando ouvi o discurso da primeira presidente, Professora Maria da Conceição, que ratificando sua largueza de conhecimento como professora de História, como uma autêntica historiadora, nos conduziu a uma Capela de ontem e de hoje. Foi um presente para quem estava a assistir à solenidade de instalação daquele Sodalício. Aplausos para a professora Conceição! Aplausos que podem ser estendidos a todos os integrantes da academia, aos que expuseram suas ideias, falando no momento festivo, e aos que foram diplomados na condição de Acadêmicos. Milhões de aplausos para o ilustre patrono, Zózimo Lima. Sua trajetória de vida, sua importância exemplar para as gerações que o sucederam e para aquelas que precisam conhecer o que ele fez, levou-me às lágrimas. Não conhecia sua trajetória, como também não o conhecia sequer, por foto, mas o que foi mencionado no discurso acadêmico da professora Conceição foi de emoção incontida. 

E milhões de aplausos também devem ser dirigidos às professoras: Maria Zuleide Moura e Thereza Maria Cabral pelas homenagens recebidas como Acadêmicas Honorárias. Não é pouca coisa a trajetória das duas professoras capelenses. Quanta emoção ver duas senhoras que, depois de anos de contribuição ao povo de Capela, graças a sua abnegação ao saber, disseminando-o a tantas pessoas que tiveram o privilégio de serem alunos seus! Sabe-se que vida de professor é espinhosa, mas o professor vocacionado - caso das homenageadas – abraça-a como se fosse uma missão aqui na Terra e como missionário do ensino, quebra resistências, vence adversidades e forma cidadãos. Presenciar o júbilo dessas guerreiras e missionárias ao receber o Diploma Acadêmico, exibindo-o com orgulho e felicidade para todas as pessoas presentes, foi um momento gratificante. Momento ímpar! Louvado o grande Maestro Edson Dida, também empossado como acadêmico, elogio que estendo ao digno Coral, formado por abnegados funcionários, a maioria aposentados, da Universidade Federal de Sergipe. 

Encantou-me, ainda, o reconhecido Cientista José Garrofe Dória, filho de Capela, radicado em Brasília, que tomou posse como Acadêmico Correspondente. Seu ar de satisfação durante toda a solenidade, sempre com um largo sorriso de felicidade, aliado ao seu discurso de gratidão e amor à cidade pôde ser sentido até mesmo por quem não tem emoção à flor da pele. Brilhante! Validação e reconhecimento, sob o manto de gratidão filial, emergiam de Zózimo Lima Filho, que não mensurou esforços para comparecer ao evento que o consagrou Acadêmico Honorário, evento que, seguramente, concretizou um sonho do valoroso povo capelense: a instalação dessa Casa de Saberes, que tem como espinha dorsal, como seu patrono, o glorioso Zózimo Lima. Por fim, meus aplausos para todos que, gentilmente, com suas importantes presenças, fizeram a solenidade de instalação da Academia de Letras e Artes de Capela encher-me de incontida emoção.



III Seminário das Academias de Letras Sergipanas em N.S. da Glória

Dia 19 de agosto de 2017, estivemos em Nossa Senhora da Glória para participarmos DO III SALS - SEMINÁRIO DAS ACADEMIAS DE LETRAS SERGIPANAS. O evento foi revestido do maior sucesso: a abertura foi feita pelos ilustres professores Lucas Lamonier, presidente da AGL - Academia Gloriense de Letras, e Carlos Alexandre Aragão, também membro da AGL - Academia Glorianse de Letras.

Presença da equipe promotora da IV Bienal do Livro de Itabaiana: Júnior da Perfil, Jamisson da Itnet, Saracura e Domingos Pascoal, para divulgação do evento que acontecerá nos dias 20, 21 e 22 de outubro no Shopping Peixoto.

Mesa: Literatura Sergipana de ONTEM - Mediada pela prof. Solange da Gama Pinheiro - presidente da Academia Cristinapolitana de Artes e Humanidades - ACHL. Palestrante: a professora Ana Leal, da ALA -Academia de Letras de Aracaju/UFS. Sobre Allna Paim.
Mess Redonda: Literatura em Sergipe: AMANHÃ.

Mediadores: prof. Luiz Carlos de Jesus da Academia Dorense de Letras e Prof. Aderbal Bastos Barroso, presidente da Academia de Letras e Artes de Neoplis - ALANE; e professora Noeme Leite do Nascimento Oliveira, membro da Academia do Amplo Sertão Sergipano – ALAS, e os palestrantes foram os jovens Escritores: Lucas, Larissa, Moniele, Rafael, Eduarda, Angélica e Pedro, membros dos também jovens Movimentos Literários criados no interior de Sergipe: "Projeto Memórias", de Nossa Senhora das Dores; "A Poesia Indo à Escola", de Monte Alegre de Sergipe, e "Clube de Leitura de Nossa Senhora da Glória".

Mesa Redonda "A Literatura em Sergipe hoje", Mediador Dr. Jodoval Luiz dos Santos, Presidente da ARLA - Academia Riachuelense de Letras e Palestrantes: AFJ Saracura, vice-Presidente da Academia Itabaianense de Letras e Membro da Academia Sergipana de Letras: As vozes da literatura Sergipana na atualidade". Prof. Me. Joao Paulo de Araújo Carvalho, presidente da ADL - Academia Dorense de Letras - "Literatura Memorialista: as Academias como guardiãs das memórias".


















quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Academia Capelense de Letras e Artes será instalada dia 19

Convido a todos para prestigiarem os bons capelenses que se atreveram a alimentar a ideia e criaram a Academia Capelense de Letras e Artes. A implantação será no próximo sábado, dia 19, às 19 horas, no auditório do Colégio Imaculada Conceição, na Praça Cônego José Mota Cabral, 91, naquele município.

Você que já faz parte de uma Academia Literária sabe o valor que tem a presença de um Confrade nesta hora, não sabe? É muito bom e importante para o fortalecimento da ideia.

Com certeza estaremos todos lá. 


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Inscrições para IV Antologia de Contos, Crônicas e Poesias da Loja Maçônica Cotinguiba terminam dia 20

Serão encerradas no próximo dia 20 as inscrições para a IV Antologia de Contos, Crônicas e Poesias da Loja Maçônica Cotinguiba. Quem tiver interesse pode efetuar a inscrição no site www.lojamaconicacotinguiba.com.br.

É muito fácil. Vamos aproveitar? Vamos transformar nossos alunos em escritores?

Os alunos terão seus textos publicados na maior e mais bem elaborada Antologia Literária do Brasil. Ninguém fez igual até agora. Somos líderes nesta referência nacional. Vamos lá. Dê aos seus alunos esta oportunidade. Você vai perceber a diferença.

É fácil inscrever seus alunos, é gratuito e tanto a professora ou professor, coordenadora ou coordenador, diretora ou diretor, como os alunos participantes serão certificados, com diplomas e medalhas de honra ao mérito. Além disso, todos os alunos selecionados serão citados no livro juntamente com o professor, coordenador, diretor, colégio, cidade e estado.

Não esqueça: para escrever é necessário ler. Só será um bom escritor quem se transformar num bom leitor. Já pensou no estímulo que é escrever?

Vamos validar esta ideia. Vamos transformar para melhor a maneira de ensinar no Brasil, estimulando os estudantes a participarem de certames literários, produzindo eles mesmos os seus textos.

Estamos aguardando a sua inscrição.


Visitas aos municípios de Nossa Senhora das Dores e Monte Alegre de Sergipe

No último dia 11 de agosto, estivemos nos municípios de Nossa Senhora das Dores e Monte Alegre de Sergipe para eventos literários. Primeiramente foi a vez de Nossa Senhora das Dores, onde, em companhia de Salete Nascimento, profa. Lívia, Antenor Aguiar, profa. Andreia, Ary Pereira e Profa. Josiane, visitamos a Escola Municipal Arnaldo Garcez. Na oportunidade, foram entregues os diplomas, medalhas e o livro “Antologia da Loja Maçônica Cotinguiba”. Houve ainda a inauguração da Geloteca Infographics na Galeria de Artes anexa ao departamento de Cultura de Dores.

Ainda no dia 11, no município de Monte Alegre, estivemos – eu, Antenor Aguiar, Salete Nascimento, Lucas Lamonier, Carlos Alexandre e Izabel Nascimento – no Colégio Estadual 28 de Janeiro. A visita ao município ocorreu para prestigiar o lançamento dos cordéis do amigo e cordelista Sebastião Félix Teixeira.










terça-feira, 8 de agosto de 2017

Academia Groairense de Letras em breve será uma realidade

Já está adiantado o projeto de instalação da Academia Groairense de Letras, no estado do Ceará. A ideia partiu de escritores e intelectuais do município, residentes ou não no local. O objetivo é debater e divulgar a produção literária da cidade, bem como resgatar a história do município.

O escritor Domingos Pascoal, natuaral de Groaíras, é um dos idealizadores da academia, juntamente com Dr. Ximenes e Dr. Gilberto Feijão. 

Para o próximo dia 2 de setembro está agendada uma reunião que debaterá os últimos passos para a instauração da Academia, o que deverá ocorrer em 5 de outubro de 2017. 

Todos estão convidados a participar e comparecer.




Leia mais em: http://carireemrevista.blogspot.com.br/2017/08/academia-literaria-de-groairas-esta.html?spref=fb

Desembargador Edson Ulisses toma posse na ASL

No último dia 31 de julho de 2017, no Auditório Tobias Barreto, do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, aconteceu a posse do Dr. Edson Ulisses na Cadeira 26 da Academia Sergipana de Letras, cujo patrono é Monsenhor Antônio Fernandes da Silveira. O desembargador toma posse em substituição ao acadêmico Luiz Carlos Fontes de Alencar, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Foi bastante concorrida a posse do desembargador Edson Ulisses de Melo, com a presença do Governador do Estado, Dr. Jackson Barreto; do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira; do presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, Ricardo Mucio Abreu; do presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe, desembargador  Cesário Siqueira; do presidente do Tribunal de Contas de Sergipe, Clóvis Barbosa de Melo; do Presidente do TRT 20ª Região, Thenisson Santana Dorea; do presidente da OAB Seccional Sergipe, Dr. Henri Clay Andrade; do presidente da Câmara de Vereadores de Aracaju, vereador Nitinho Vitale, entre outras autoridades.

O desembargador é autor dos livros Reflexões Cidadãs e Sabedoria Popular, e foi eleito para a ASL em março deste ano. Atualmente, Edson Ulisses exerce os cargos de vice-presidente e corregedor do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, além de ser membro fundador da Academia Sergipana de Letras Jurídicas, ocupando a cadeira nº 23, cujo patrono é o ex-governador Marcelo Déda Chagas.











Fotos: Domingos Pascoal e ASN/André Moreira.

Por: José Barros dos Anjos.                                                                                                       No dia 4 d...