São dias de guerra, é também momento de lutar...


* Texto de Milena Góis.

São dias de guerra, é também momento de lutar, dia 19 de agosto, um dia simbólico, aniversário do meu amado sobrinho, e é por ele, em nome de milhões de crianças, que reflito hoje. Criança Esperança, milhares de acusações, e no momento não estou tentando julgar se verídicas ou não, o que sei são os dados apresentados. "Um preso custa treze vezes mais ao estado do que uma criança na escola, a cada vinte e um minutos um negro morre no Brasil pela ação direta ou consequência do racismo".

São dores que a humanidade sente, a diferença fisiológica que nos iguala ao pó na morte. Não, eu nunca sofri preconceito, eu nunca senti na pele o ódio pela minha cor, as pessoas não me olham com desprezo, como se eu fosse menos capaz do que o meu igual. Eu tenho em minha certidão estampada a raça branca, com cabelo crespo e lábios grossos, eu não sou pura, eu sou parte de uma nação de bela mistura.

Acreditar no futuro tem sido uma tarefa árdua, mas eu busco torná-la parte rotineira em minha vida, eu preciso crer que futuramente meu sobrinho será tratado e tratará todos como iguais em suas diferenças. Eu busco crer que o único julgamento será feito por consequência de ações e nunca suposições. Há movimentos que me fazem lutar por essa crença.

Hoje, num período muito curto por confusão nos meus horários, eu pude participar do seminário das Academias de Letras de Sergipe. Meu intuito inicial resumiu-se em rever amigos e mestres, os quais admiro de forma "inenarrável". Essa palavra entre aspas me lembra aulas de filosofia de entusiasmo e paixão pela vida. Fui surpreendida: jovens, como eu, que tiveram oportunidade única de se tornar imortais, estavam reunidos com grandes nomes e exemplos para nós.

Não, eles não nos disseram como fazer, eles nos presentearam com seus exemplos de vida. Domingos Pascoal, João Paulo e Saracura, três nomes para a literatura sergipana, os quais tive oportunidade de ler e apreciar a escrita de forma regional, causos do interior do nosso estado pequeno e tão cheio de talentos.

O texto é prolongado ao passo que os esforços são aumentados, nesta quinta-feira estarei a prestigiar o meu querido amigo Pascoal nos vinte anos de Academia Maçônica. Ele que tem nos dado tantas chances de florescer como escritores. Tenho certeza que será um belo evento, apesar de ser suspeita por todo carinho que lhe tenho.

Pessoas seguem exemplos. Um mínimo, um grão de areia fora da caixa serve para inquietação da mente.





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