Entrevista com a jovem Calyne Porto de Oliveira
1 ) Quem é a jovem Calyne?
Sou uma jovem, logo mais professora graduada
em Letras Vernáculas, amante também de história. Podem encontrar os meus
movimentos na vida voltados sempre aos objetivos pessoais e profissionais. Tudo
isso, assim os espero, buscando estar próxima do que me constrói, ensina e
aprende, são algumas das minhas perspectivas.
2) Como o desejo de ser formada em Letras
surgiu?
Nasceu, em primeiro
lugar, do de ser professora. Porém, foi no ensino médio que escolhi fazer
Letras. Até então era outra a licenciatura desejada. Mas, com o que pude
vivenciar através do texto literário e da pesquisa linguística, foi inevitável
essa escolha.
3) Sabemos que você estudou em escola pública
e esta passa por grandes sufocos, mas qual a importância dela na sua formação?
A escola é onde passamos boa parte do nosso
tempo. Nela fiz amizades e professores amigos que ajudaram-me, muitos deles, a
resistir e manter de pé os meus sonhos. Os amigos por andarem junto compartilhando
os problemas e objetivos. Certos professores por nos apresentarem verdadeiros
projetos para a vida. Mesmo as pessoas da escola e fora dela que opinavam por
eu não fazer aquela escolha, de certa forma, ajudaram-me. Afinal, pude
comprovar que era aquela a minha vontade de escolha.
4) O apoio familiar é essencial na nossa vida.
Como sua família conseguiu te estimular a conquistar seu sonho?
O estímulo se deu no sentido de aceitar e
aprovar as minhas decisões e oportunidades que me apareciam. Permitiam-me
destinar o tempo aos projetos, concursos etc. Certa tia minha como professora
sempre vibrava e aprovava a ideia de eu lecionar. É excelente encontrar lugar
de suporte quando se está mergulhada nas perturbadoras ideias de
possibilidades.
5) Sabemos que na sociedade atual os jovens
são direcionados a seguirem outros caminhos e não conseguem criar um projeto de
vida. Como você driblou as ofertas sociais e ficou no seu objetivo?
Difícil descrever como isso ocorreu. Na maior
parte das vezes, não costumamos refletir nos processos acontecidos conosco. No
entanto, creio que foi não deixando-me vencer pelo imediatismo cobrado em certos aspectos aos jovens. Com certeza
deve ter imaginado vários desses aspectos, não é difícil de perceber. É tentar
ser firme, ainda que essa tarefa seja complexa.
6) Quais estratégias você criou para absorver
os conteúdos necessários?
É relativo. Há quem consegue seguir do começo
ao fim um chamado ''cronograma'', outros não. Daí vem os medos, inseguranças,
desesperos. Também, de modo geral, fala-se da questão de ambientes favoráveis
ou não. Mas, enfim, acredito ser importante conhecer a si mesmo estabelecendo,
dentro das circunstâncias sejam elas quais forem, o seu mapa de estudo. Isto é,
embora seja importante e necessário o ato de superar determinados fatos, não é
uma ação preferível se martirizar no sentido de pensar o outro como mais apto.
Vale a pena, de modo responsável consigo mesmo, entrar nesse labirinto e se
encontrar.
7) Se você fosse palestrar para um público
jovem, o que diria?
Insistir na escolha feita por mais absurda que
seja para os outros. Procurar também não desestimular alguém próximo nesse
sentido. Busque não ficar se comparando ao outro e esteja perto dos que
verdadeiramente (seja qual for o modo) são sua fonte de apoio. Por fim, esteja
também aberto as propostas de ensino-aprendizagem que podem surgir. Elas
possivelmente vão melhorar bastante sua ótica e expectativas no mundo.
8) O que podemos esperar da professora Calyne?
Uma professora à procura da compreensão das
diferentes realidades dos alunos. Possibilitar a expressão dos seus pontos de
vista, interpretação, pessoa. A partir, sem dúvida, dos meios disponibilizados
pela língua, linguagem, literatura. Despertar neles, como fizeram comigo, um
ser atuante nas suas perspectivas para a própria vida e a do outro. Ser
personagem como na literatura. Seja principal, seja ''secundário''. Mas agir
para dar movimento a própria narrativa (vida).
Prof. Carlos Alexandre N. Aragão
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